A Função Educativa da Escola a Partir do Filme Francês Entre lés Murs
Resumo
O artigo reflete sobre a função educativa da escola na atualidade, em especial no contexto brasileiro. Pensa a polissemia da expressão muros da escola no contexto do filme francês Entre lés murs, de Laurent Cantet, vinculando os múltiplos sentidos do termo com dimensões facilitadoras e inibidoras da tarefa educativa. Para corroborar a reflexão se recorrem, sobretudo, às concepções racionalistas e empiristas que fundamentam o ato de educar. Além da análise crítica que parte da interpretação da metáfora dos muros, são feitas ponderações sobre o duplo sentido do substantivo muros entendido como barreiras ou pontes nas relações educador/educando. Nesse sentido, são realizadas ponderações sobre desafios enfrentados por professores e alunos na relação ensino/aprendizagem no interior da escola. Para as reflexões são atribuídos dois significados à expressão muros da escola. Primeiramente, a expressão é pensada como espaço para o exercício de uma liberdade responsável por parte dos agentes do processo de ensino/aprendizagem levando-se em conta o dinamismo da alteridade. Num segundo momento, a metáfora dos muros é explicitada como cerceamento do poder expressivo dos educandos. As reflexões trazem, por fim, subsídios para estudos sobre desafios postos pela questão da diversidade de opiniões e interesses no âmbito das escolas na contemporaneidade, especialmente no que tange à tarefa de acolher e transmitir os conteúdos básicos dos legados culturais de modo contextualizado, dialogal e respeitoso.
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