TUNDAVALA
Revista Angolana de Ciência
Tânia Baião, tania_baiao@yahoo.com.br
Instituto Superior Politécnico Tundavala
Lubango-Angola
A RELIGIÃO E OS VALORES MORAIS:
O CASO DA PROVÍNCIA DA HUÍLA
Resumo:
Durante quase 30 anos Angola sofreu uma guerra
civil que causou muitos danos sicos e psíquicos às
populações quer urbanas, quer rurais. A guerra é um dos
acontecimentos mais destruturantes, na medida em que
altera os valores, as crenças e a sociedade.
Nas zonas rurais muitos populares perderam os seus
familiares, as suas casas, os seus bens e foram obrigados
a procurar refúgio na capital da província, onde não
nham emprego e cuja estrutura social era muito
diferente da que estavam habituados no meio rural.
Os valores morais foram-se transformando numa
tentava de sobrevivência e de adaptação ao novo
meio, no caso dos refugiados, ou às novas condições
económico-sociais, no caso daqueles que permaneceram
nas cidades.
As religiões representaram um papel importante,
pois apareceram como substutas” dos valores
tradicionais perdidos. O fenómeno religioso aumentou
consideravelmente e deu-se o aparecimento e a explosão
de novas igrejas, para além das tradicionais.
Pretende-se estudar o impacto da guerra nas populações
da Huíla, tendo em conta os valores morais e a inuência
da religião na manutenção dos mesmos, nas áreas
urbanas e rurais da Província da Huila, Angola.
As igrejas em Angola compreendem um grupo de
actores muito diverso e heterogéneo. De acordo com
o Instuto Nacional dos Assuntos Religiosos 83
igrejas reconhecidas e 902 não reconhecidas de várias
orientações.
Pretende-se estudar a área urbana e rural da província
da Huíla, pelo recurso a inquéritos por amostragem.
A amostra é aleatória estracada, composta por 210
jovens e adultos, sendo 70 da área urbana, 70 da peri-
urbana e 70 da rural, escolhidos aleatoriamente. A
amostra é constuída por homens e mulheres, de idades
compreendidas entre os 18 aos 60 anos de idade.
Existe uma relação entre a zona (urbana /rural/
Peri urbana) e o total de valores morais e religiosos,
sendo que as populações do meio urbano aumentaram
os valores religiosos, seguindo-se as populações das
zonas peri-urbanas e depois as rurais
Ainda se vericou que a maioria das populações
pertencem à religião católica (37,5%) e evangélica
(37,5%), seguindo-se a igreja advensta (13%), e as
restantes (Iurde e maná) com 12%.
A religião é um factor de mudança na medida em que
em certos casos constui-se no principal instrumento de
preservação e manutenção de uma comunidade uma
vez que conta com a parcipação da grande maioria dos
seus integrantes, modelando a conduta de vida práca
dos crentes.
Palavras-chave: Valores Morais, Religião,
Pós-Guerra
Abstract:
During almost 30 years, Angola suered from a civil
war that caused a lot of physical and psychological
damage to the people in urban as well as in rural areas.
The war proved to be one of the most destrucve
events in terms of social structure as well as in the way
it alters values, beliefs and society.
In the rural areas many people lost family members,
houses, and goods, and were compelled to seek refuge
in the capital of the province, where they had no jobs
and where the social structure was very dierent from
the one they were used to.
The moral values were transformed in an aempt
to survive and adapt to the new environment, in the
case of the refugees, or to the new socio-economic
condions, in the case of those who were already in
the cies.
Religions play an important role, as they appear as a
replacement for the lost tradional values. The religious
Post Conit Religion and Moral Values: e Case of Huila Province
phenomenon increased considerably and led
to an outburst of new churches, beyond the
tradional ones.
We hope to study the impact of war on the
populaon of Huila, taking into account the
moral values and the inuence of religion in
maintaining them, in the urban and rural areas
of the province of Huila, Angola.
The churches in Angola make up a very diverse
and heterogeneous group. According to the
Naonal Instute of Religious Aairs there are
83 recognized churches and 902 non-recognized
churches of various types.
We hope to study the rural and urban areas of the
province of Huila using quesonnaires applied to
a sample of the populaon.
The sample is random and straed, made up of
210 young people and adults, 70 from the urban
area, 70 from the suburban area and 70 from
the rural area, chosen at random. The sample is
made up of women and men, between the ages
of 18 and 60.
There is a relaon between the areas (urban/
rural/suburban) and the people’s moral and
religious values, being that the urban populaon
increased its religious values the most, followed
by the suburban and then the rural.
It was veried that most of the populaon belong
to the catholic (37,5%) and evangelical (37,5%)
religion, followed by the Advenst (17%) and the
rest (Universal Church and Maná) with 12%.
Religion is a factor of change, in some cases
being the main instrument in preserving and
maintaining a community, since it depends on the
parcipaon of most of its members, modeling
the behavior of the believers’ praccal life.
Keywords: Moral values, Religion, Post conit
Durante quase 30 anos Angola sofreu uma guerra
civil que causou muitos danos sicos e psíquicos
às populações quer urbanas e peri-urbanas quer
rurais. A guerra é um dos acontecimentos mais
desestruturantes, na medida em que altera os valores,
as crenças e a sociedade.
No contexto actual, onde a falta de perspecvas de vida
do ser humano é cada vez maior, frente à massicação
de valores e senmentos, a religião ocupa um papel
importante para denir as directrizes da vida de cada
indivíduo. A diversidade de religiões atesta a diversidade
de senmentos e pensamentos dos seres humanos,
pois ela ocupa um lugar de direcção na mente humana
(Espaço Académico, 2010).Quando desequilíbrio
total, como é o caso de Angola durante a guerra civil, as
prácas da Igreja são reequilibradoras da paz à custa dos
compromissos baseados na jusça (Lipovetsky,2005).
Este estudo debruça-se sobre a província da Huíla.
Em toda a província houve períodos de guerra, tendo
os municípios situados a Norte sido mais afectados,
devido à sua proximidade com as províncias do
Huambo e Bié, sem dúvida as mais fusgadas pela
guerra em Angola. Nas zonas rurais muitos populares
perderam os seus familiares, as suas casas, os seus
bens e foram obrigados a procurar refúgio na capital
da província, onde não nham emprego e cuja
estrutura social era muito diferente da que estavam
habituados no meio rural. Assim, os valores morais
foram-se perdendo numa tentava de sobrevivência
e de adaptação ao novo meio, no caso dos refugiados,
ou às novas condições económico-sociais, no caso
daqueles que permaneceram nas cidades.
Segundo Calafate (2001), quando as famílias passam
de um contexto rural simples para um contexto
urbanizado ou sobem rapidamente de um extracto
social baixo para um outro mais elevado e exigente,
as pessoas adoptam paulanamente não somente
formas de viver novas, mais subs e soscadas,
mas principalmente uma psicologia nova, mais subl
e soscada. Segundo a mesma autora, a migração
originou modicações na estrutura familiar e social,
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com consequências na adaptação psicológica e social
do sujeito e do grupo. Por este movo, pode exisr a
adopção de valores e referências novas, como forma
de acomodação e resiliência dos sujeitos deslocados.
Neste contexto, o papel das igrejas torna-se interessante
pois que elas são os actores da sociedade civil de Angola
com estruturas organizacionais mais desenvolvidas e
com redes de trabalho internacionais mais fortes.
As igrejas em Angola compreendem um grupo de
actores muito diverso e heterogéneo. De acordo
com o Instuto Nacional dos Assuntos Religiosos há
83 igrejas reconhecidas e 902 não reconhecidas de
várias orientações (Instuto Nacional para os Assuntos
Religiosos, 2008)
Em Angola, a guerra foi prolongada e as consequências
foram devastadoras. Muitas pessoas morreram vímas
directas ou indirectas da guerra. Dados recentes
apontam para 1,5 milhões de angolanos mortos nos
conitos armados (France Presse, 10 de Setembro de
2003). Durante estes conitos, muitas pessoas perderam
familiares e amigos e foram vímas de violência sica e
psíquica. Toda a província foi fusgada pela guerra, com
assimetrias regionais e de intensidade.
As cidades angolanas também foram afectadas pela
guerra. Durante o longo período de guerra que Angola
atravessou as populações deslocaram-se à procura
de maior segurança, tendo de se adaptar a novos
padrões sociais das zonas onde se estabeleceram,
inuenciando por sua vez as sociedades dessas zonas.
Em qualquer dos casos as religiões representaram um
papel importante, pois apareceram como “substutas”
dos valores tradicionais perdidos. O fenómeno religioso
aumentou consideravelmente e deu-se o aparecimento
e a explosão de novas igrejas, para além das tradicionais
(católica, evangélica e advensta). Importa referir que
em cada uma das religiões os valores são diferentes.
A violência gera violência e as reacções agressivas
ao meio hosl tornaram-se uma constante no
comportamento dos angolanos. A religião cristã,
presente sob a forma de um número crescente de
igrejas e comunidades, tornou-se um refúgio para
aqueles que perderam os seus valores de referência,
nomeadamente os valores tradicionais das suas etnias,
e um paliavo para a dor causada pelas inúmeras perdas
materiais e humanas. Para além destas, regista-se
toda uma variedade de maneiras como as pessoas,
no quadro dos tecidos sociais onde se encontram
inseridas, procuram arcar com as experiências dos
conflitos violentos que os atingiram de um modo
ou de outro.
Neste contexto, pretende-se estudar de forma
abrangente o impacto da guerra nas populações da
Huíla, tendo em conta os valores morais, a inuência da
religião na manutenção dos mesmos, nas áreas urbanas
e rurais da Huila, bem como trabalhar as experiências
vividas com conitos violentos e a forma como se
reecram em mudança de atudes e de prácas,
nomeadamente a inuência das religiões em todos
estes processos.
Abordaremos este trabalho a parr de alguns
conceitos chave. Não é fácil encontrar uma denição
precisa, aceite universalmente de religião. Isto deve
se às grandes diferenças entre as tradições que
comummente são categorizadas como religiões.
Na obra Reason and Religious Belief: An Introduconto
the Philosophy of Religion, é nos proposta como
denição de trabalho o seguinte: A Religião é
constuída por um conjunto de crenças, acções e
emoções, ambas pessoais ou colecvas, organizadas em
torno do conceito de uma Realidade Úlma” (Peerson
et al., 1991, p.4). Para Durkheim Uma religião é um
sistema solidário de crenças e de prácas relavas a
coisas sagradas, isto é separadas, interditas crenças e
prácas que unem numa mesma comunidade moral,
chamada Igreja, todos quantos a ela aderem” .
O sociólogo Anthony Giddens concebe a religião
de maneira formalista, ressaltando o seu carácter
externo, referente aos cultos e acvidades religiosas
colecvas. Assim, para ele, As religiões envolvem um
conjunto de símbolos, que invocam senmentos de
reverência ou de temor, e estão ligadas a rituais ou
cerimoniais (como os serviços religiosos) dos quais
parcipa uma comunidade de éis. (...) Mesmo que as
crenças de uma religião possam envolver deuses, quase
sempre existem seres ou objectos que inspiram atude
de temor ou admiração (GIDDENS, 2005, p. 427).
A religião é cultural, ela varia de cultura para cultura,
albergando valores culturais de certas regiões.
A não adequação das religiões à cultura de seu
respecvo povo, implica a sua inacção. A maioria
das culturas nasceu e cresceu com suas respecvas
religiões e cultos, o que conrma que a religião está
intrinsecamente ligada aos padrões e valores morais da
cultura de determinado povo. (Giddens, 2005, p. 427).
Segundo dados qualitavos, no caso das zonas rurais
transmissão de valores de geração para geração,
tornando-se assim importante para a socialização.
Esses valores são válidos historicamente porque são
criações humanas e, como tais, atendem a necessidades
de um determinado grupo e um dado momento. Por isso,
são passíveis de mudanças (Érnica 2000).
A religião por um lado, assegura grandes níveis de
sociabilidade, pois as pessoas vivem em comunidade e
têm laços sociais fortes e por outro ela também contribui
para a educação moral das pessoas” (Weber, 2006, 13).
A religião é um factor de mudança na medida em que
em certos casos constui-se no principal instrumento
de preservação e manutenção de uma comunidade
uma vez que conta com a parcipação da grande
maioria dos seus integrantes, modelando a conduta de
vida práca dos crentes.
Entende-se por Valores Morais os juízos sobre as acções
humanas que se baseiam em denições do que é bom/
mau ou do que é o bem/o mal. Eles são imprescindíveis
para que possamos guiar a nossa compreensão do mundo
e de nós mesmos e servem de parâmetros pelos quais
fazemos escolhas e orientamos as nossas acções. Eles estão
presentes nos nossos pensamentos, nas coisas que dizemos
e escrevemos e, claro, nas nossas acções. Apesar dessa
presença em toda a nossa vida, as ocasiões mais propícias
para invesgarmos a sua importância para a compreensão
e direccionamento das acções são aquelas em que
somos chamados a fazer escolhas importantes. Nesses
momentos, sabemos que não podemos agir em função
da primeira coisa que nos passar pela cabeça; precisamos
pensar bem, avaliar o que realmente queremos, quais as
consequências se zermos isso ou aquilo, o que perdemos
e o que ganhamos (Érnica, 2012).
Os valores morais servem justamente para orientar
as pessoas no momento de escolhas e de construção
de suas existências. Como a acção humana é aberta
e não inteiramente determinada, toda a comunidade
humana precisa criar valores que permitam disnguir
os comportamentos desejados e bons dos indesejados
e maus. Do mesmo modo, toda sociedade promove
uma reexão críca sobre seus valores morais e suas
prácas reais.
Assim, todos nós fazemos apreciações morais e colocamos
indagações sobre o que é bom e mau (Érnica, 2012).
Para Lourenço (2006:356), os valores morais referem-
se a tudo o que é susceptível de orientar a acção
e o pensamento em situações normativas ou
prescritivas. São uma categoria de conteúdo, não
uma categoria estrutural.
Metodologia
Em termos de metodologia, o presente estudo baseia-se
principalmente num inquérito por uma amostragem de
210 sujeitos de idade compreendida entre dos 17 aos 69
anos de idade, de ambos os sexos, da cidade do Lubango
e dos municípios da Matala, Humpata e Lubango. Os
municípios da Humpata, e da Matala estão inseridos num
contexto rural.
Importa ainda salientar que os municipios supracitados
veram um envolvimento directo muito limitado nos
conitos armados tanto na guerra an-colonial como
na guerra civil. No entanto sofreram impactos indirectos
dos conitos, devido ao auxo de numerosas pessoas
deslocadas que vinham de outras provincias como
Benguela e Huambo.
Pretendeu-se estudar a área urbana, peri-urbana e rural
da província da Huíla, principalmente pelo recurso a
inquéritos e quesonários, cujos itens correspondem
a variáveis teoricamente denidas e que permitem a
análise estasca correlacional dos resultados.
Optou-se por quesonários (perguntas fechadas)
elaborados e validados para a população, portanto em
contacto e diálogo com esta. Este procedimento, passou,
posteriormente pela realização de entrevistas, garanndo
a adequação dos quesonários às realidades sociais
invesgadas e fornecendo suportes adicionais para a
interpretação cabal dos resultados dos quesonários.
O instrumento ulizado para medir as variáveis estudadas foi
o Quesonário de Valores Morais e Religiosos, onde consta
uma primeira parte com aspectos sociodemográcos, uma
segunda com aspectos relacionados com a religião, e uma
terceira e ulma parte com histórias relacionadas com
aspectos religiosos, onde cada sujeito tem de decidir sobre
a resposta ao problema que considera mais adequada.
O coeciente alfa de Cronbach para a segunda parte do
instrumento, que mede o grau de religiosidade, foi de .82,
o que é aceitável, mostrando que o instrumento está
adequado à realidade angolana.
A religião e os valores morais: O caso da Província da Huíla
Tânia Baião
TUNDAVALA
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Resultados Preliminares
Neste trabalho tornou-se necessário arcular
métodos de cariz quantavo com outras de cariz
mais qualitavo.
O recurso a metodologias e técnicas qualitavas
de recolha de dados e de técnicas quantavas de
Tabela 1. Análise descriva das variáveis seleccionadas para o estudo (N=210)
Variáveis Frequência Percentagem
Zona
Matala 115 59,9
Humpata 22 11,5
Lubango 55 28,6
Grau de
escolaridade
Analfabeto 3 1,8
I Nível 16 9,5
II Nível 12 7,1
III Nível 22 13,1
Médio 114 67,9
Superior 1 6
Religião
Católica 69 37,5
Protestante 69 37,5
Advensta 24 13
Outras 22 12
Movo
da deslocação
Guerra 62 41,3
Outros 88 58,7
Tendo em conta a zona urbana e rural, observa-se que
do total de 210 indivíduos que constuem a amostra
70,3 % são do sexo masculino e 29,7 % do sexo feminino,
distribuídos pelo meio urbano 28,6% e 71,4% do meio
rural. Com relação a variável religião, verica-se que,
37,5% são católicos, 37,5% protestantes e 13% são éis
da igreja advensta do sémo dia e 12% pertencem as
restantes igrejas (Iurde e maná, outras). Fazendo uma
análise das zonas urbana e rural verica-se que há uma
maior percentagem de protestantes no meio rural 63%
e de católicos no meio urbano 52%.
Uma das variáveis que julgamos ser fundamental para
vericar se é inuenciadora dos valores morais, nestes
dois meios é o nível de escolaridade, sendo 9,5% do
ensino primário, 7,1% de nível secundário, 13,1% do
ensino terciário, 67,9% do ensino médio, 6% do ensino
superior, sendo o restante analfabetos 1,8%.
Outra variável ainda que nos pareceu de grande relevância
é o “movo da deslocação”, uma vez que muitas destas
pessoas são oriundas de outras províncias tendo-se
deslocado para as zonas em estudo por diversas razões.
De entre as razões apontadas 41,3% deslocaram-se devido
à guerra e 58,7% por razões diversas.
Chegou-se à conclusão que existe uma relação
entre a zona (urbana /rural/ Periurbana) e o
total de valores morais e religiosos, sendo que
as populações do meio urbano aumentaram
os valores religiosos, seguindo-se as
populações das zonas peri-urbanas e depois
as rurais. Ainda se vericou que a maioria
das populações pertencem à igreja católica
(37,5%) e evangélica/protestante (37,5%),
seguindo-se a igreja advensta (13%), e as
restantes (Iurde e maná) com 12%.
Importa realçar que a Igreja Católica enquanto
igreja mundial forte é a igreja mais visível e
dominante em Angola. Está presente nas
18 províncias de Angola.Tem a história mais
longa, a organização e presença mais forte e
arma ter o maior número de membros entre
as igrejas.
Em circunstâncias de grande mudança
a religião sustentabilidade a novas
congurações porque dá sendo à integração
social e gera mudança entre as pessoas e é
importante na reprodução de valores, alguns
deles até perdidos.
A violência vivida pelos angolanos em todos
estes anos de guerra, criou comportamentos
adversos e alterou valores de referência
das comunidades, que veram de adaptar-
se a novas condições sociais e encetaram
mecanismos de resiliência e recomposição
social. De acordo com Ventura (2003),
ao caracterizar uma das consequências
da guerra em Angola enfazava que por
movo das acções de guerra, registaram-se
alterações dos valores morais e toda uma
situação de instabilidade psicossocial. Mais
grave que a destruição das infra-estruturas
foi a degradação moral e espiritual de
pessoas que se senram forçadas a disputar
os bens mais elementares, perdendo muitas
vezes o sendo da dignidade e solidariedade.
“(...) A família desempenha um grande papel
na sociedade, ela proporciona educação, os
mais novos devem aprender a culvar e a
viver os valores morais e tudo tem de parr
dos adultos, embora hoje esta realidade
esteja um pouco diferente(...) (Soba da
Humpata, entrevista em 2012).
Bibliograa:
Charles Taliaferro, Contemporary Philosophy of Religion, Oxford/
Malden, Oxford University Press, 1998, pp.21-23.
Durkheim, Emile, As Formas Elementares da Vida Religiosa, Oeiras,
Celta Editora. (2002 [1912]) ,(Pg 50)
Durkheim,Emile in A denição do fenómeno religioso. Extraído do
livro Teorias Sociológicas os Fundadores e os Clássicos (Antologia
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Doron, Roland, Parot Francoise, Diccionário de Psicologia, ed.
Lisboa, Climepsi editores, (2001), Pg 511
Érnica, Maurício Edição – equipe Educarede. Extraído do texto
Original (Internet- Wikipédia, a enciclopédia livre).
GIDDENS, Antony; SOCIOLOGIA; Edição; Fundação Calouste
Gulbekian; Lisboa 2007; p 539, (fonte: Stascal of the United
States, 1994, p. 855
Maia, Luís Valores morais e vida social Texto original: Maurício
Érnica (2000)
Maria Susana De Stefano Menin, Universidade do Estado de São
Paulo – Presidente Prudente – Valores na Escola (Pg 93). Ministério
da Agricultura, Governo de Angola, 2006.
Kohlberg, L. Essays on moral development..The psychology of Moral
development (1984) Vol. 2
WEBER, Max Sociologia das Religiões, Lisboa, Antropos. (2006)
análise de dados obdos parece-nos ser uma maneira
adequada de reduzir a complexidade da problemáca
que estamos a estudar. Na análise dos dados obdos
nos inquéritos ulizou-se o programa de análise
estasca de dados (SPSS).
A religião e os valores morais: O caso da Província da Huíla
Tânia Baião