TUNDAVALA
Revista Angolana de Ciência
Fig. 3 – Número de argos de invesgação publicados, referente a cada um dos países de África
No caso de Angola, a situação de acvidades de Invesgação
é manifestamente deciente (Fig. 3). Em 2010, foram
publicados 33 argos ciencos sobre Angola (Base
de Dados Scopus da Elsevier). Este número de argos
publicados é o terceiro menor dos países da área da
SADC, apenas ligeiramente superior ao de argos
Faz parte da missão das Instuições de Ensino Superior
a realização de invesgação e a parcipação em
instuições e eventos ciencos, promovendo a busca
permanente da excelência, a criavidade como fonte
de propostas e soluções inovadoras e diferenciadoras,
bem como a procura de respostas aos grandes desaos
da sociedade, e ainda a transferência, o intercâmbio
e a valorização dos conhecimentos ciencos e
tecnológicos produzidos, da prestação de serviços
à comunidade, da realização de acções de formação
connua e do apoio ao desenvolvimento, numa base
de valorização.
A Universidade deve ser aberta à comunidade. Pretende-
se que seja não só um centro de transmissão de
conhecimentos, mas também um centro de invesgação
aplicada, dando soluções às necessidades da região,
tendo uma perspecva de colaboração internacional,
nomeadamente com os países limítrofes da região.
A iniciava de criação de uma revista cienca, revista
Tundavala, pode ser uma boa base para experiências
futuras ao nível do ensino/invesgação no espaço
lusófono, bem como do espaço regional onde Angola se
encontra inserida.
Esta revista denominada Tundavala, surge naturalmente
associada à Instuição que a promove, Instuto
Superior Politécnico Tundavala. Naturalmente, este
número inicial, número 0, só tem argos sobre Angola
Referências Bibliográcas
Irikefe, V.; Vaidyanathan, G.; Nordling, L.; Twahirwa, A.; Nakkazi, E.
& Monastersky, R.(2010). THE VIEW FROM THE FRONT LINE -Africa’s
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Sites Consultados
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or. Lección inaugural. Guatemala. In hp://biblio2.url.edu.gt:8991/
libros/leccion%20inaugural2006texto.pdf
de gestão é garando por invesmentos próprios de
natureza comercial, que incluem uma padaria e serviços
de consultoria prestados por docentes.
Face à ideia dominante de globalização, imposta pela
dinâmica das sociedades comandadas pelos avanços
cienco-tecnológicos de ponta, sem contemplação
para todas as sociedades de incipientes avanços nestes
âmbitos, impõe-se que, sem o atavismo dos funda-
mentalismos nacionalistas, se assuma a possibilidade
de idencar em que condições as nossas nações e
países se insiram compevamente na sociedade
globalizada. Segundo Tunnermann (2006), “A Educação
para o Século XXI deve ensinar-nos a viver juntos e a
desejar essa convivência. É o sendo do “aprender a
viver juntos, um dos pilares da Educação para o Século
XXI, da sorte de nos transformarmos em “cidadãos do
mundo”, mas sem perder as nossas raízes”.
A mais recente Conferencia Mundial sobre a Educação
Superior (UNESCO, 2009) assinala que esta enfrenta,
em todos os países do mundo, problemas cruciais
como “... O nanciamento, a igualdade de condições
no acesso à mesma, uma melhor capacitação do pessoal,
a formação baseada nas competências, a melhoria e
conservação da qualidade no ensino, a invesgação e
os serviços, a pertença dos programas, as possibilidades de
serviço dos diplomados, o estabelecimento de acordos
de cooperação ecazes e a igualdade de acesso aos
benecios no que diz respeito à cooperação internacional”.
Atendendo às reexões da comunidade académica
internacional e dos diferentes organismos nacionais
relacionados com o ensino superior, a acvidade de
invesgação deve situar-se no centro da preocupação
instucional, dando-lhe especial atenção e apoio,
sempre que esta se inscreva nos âmbitos da contribuição
para o crescimento da capacidade regional e nacional
da ciência e da tecnologia. A invesgação não é só
uma das funções principais do ensino superior mas
também é uma condição prévia para a sua presença
no meio social e qualidade académica.
Em 2006, os membros da União Africana xaram como
objecvo angir o gasto de 1% do respecvo Produto
Interno Bruto (PIB) em acvidades de Invesgação
e Desenvolvimento (I&D). Os dados disponíveis
mostram bastante progresso, mas muitas nações ainda
têm um longo caminho a percorrer (Irikefe et al,
2010). Em Maio de 2010, a União Africana publicou
African Innovaon Outlook 2010, um Relatório sobre as
nações da África Subsariana que melhoraram mais em
termos de acvidades de I&D. Nesse relatório, verica-se
que apenas três países, Malawi, Uganda e a África do
Sul, angiram o gasto de 1% do PIB em I&D, em 2007.
por ser lançada por ocasião da realização do Encontro
de Psicólogos da CPLP no Lubango, pelo que a temáca
será sobretudo a Psicologia. No entanto, pretende-se
que seja aberta à Comunidade Cienca de Angola,
da CPLP, bem como da SADEC, aceitando argos tanto
em Português, como em Inglês, língua estrangeira
maioritária, tanto na comunicação cienca, como
nos espaço geográco onde nos inserimos.
publicados sobre a República Democráca do Congo
e Lesotho. Este número também está muito longe
do dos três maiores países a publicar em África,
nomeadamente África do Sul (8.805 argos), Nigéria
(3.952) e Quénia (1.238).
Fig. 4 – Principais Hubs das Redes de conhecimento em África
Por outro lado, Angola não aparece
ligada a nenhum dos principais
hubs de conhecimento de África
(Fig. 4), por falta de conexões a ess-
es eixos, nomeadamente ao nível da
África Austral (Irikefe et al, 2010),
onde o principal pólo é a África
do Sul.
Citando o escritor moçambicano
Mia Couto (2005), “Na realidade,
só existe um modo de nos valorizar:
é pelo trabalho, pela obra que
formos capazes de fazer”. Este é o
caminho que senmos necessário
percorrer em África, e parcular-
mente em Angola.
A Revista Tundavala e o seu contributo para o Desenvolvimento Cientíco de Angola Carlos Ribeiro e Margarida Ventura