TUNDAVALA
Revista Angolana de Ciência
Recordando a teoria de Kohlbergiana sobre o
nível convencional, refere-se os indivíduos que já
interiorizaram as normas e as expectavas sociais, onde
o indivíduo já não confunde o justo com o injusto, nem
age sob a pressão de ser casgado. A manifestação
da sua moralidade recai para as regras parlhadas
socialmente, dando primazia aos interesses do grupo
(Kohlberg e Candee, 1984). Por isso mantém-se a
tendência de maiores valores morais na zona rural do
que na urbana.
A influência do sexo é significativa na História 1,
(t (237) = 10.56; p < .001) embora no geral, homens
e mulheres vessem optado por respostas mais morais.
A História 2 apresenta signicância estasca ao nível
de t (237) = 10.003; p < .002. È interessante notar
que na história 2 as mulheres defenderam assumir
o lho e arcar com as consequências, enquanto os
homens optaram, maioritariamente pela interrupção
da gravidez. Quer dizer que as mulheres apresentam
maior moralidade, provavelmente ligado ao insnto de
protecção materna aos lhos.
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Na História 3, 4 e 5 a variável sexo não apresenta
signicância estasca conforme se vericou também
na variável zona.
Na história 6 o sexo apresenta signicância estasca,
o que quer dizer que neste item o sexo teve inuência
nos valores morais; t (237) = 4.324; p < .039.
A história 7 apresenta inuência a nível das médias em
função da variável sexo com (t (237) = 16.522; p <.001).
Os resultados indicam que os homens optaram por
conversar com a família no sendo de aceitarem
a presença do idoso e as mulheres optaram,
maioritariamente, por separa-se do marido e procurar
outra casa para viver com o idoso/pai.
Apesar do sexo ter inuenciado as respostas em alguma
s das histórias, se considerarmos o valor total (total de
histórias), não parece haver inuência signicava do
sexo com um score de t (237) =.315; p < .575. Mais uma
vez se verica que, apesar das diferenças na resolução
das situações entre os sujeitos de sexo masculino e
feminino, no geral, os valores morais se mantêm iguais
no essencial.
Conclusões
Em geral foi possível vericar a mudança e ou a
reconguração de alguns valores morais e cívicos não
apenas por movo do conito prolongado mas também
por factores polícos e sociais ou ainda pelo carácter
dinâmico das sociedades, pelos factores psicossociológicos,
as migrações que provocam a hibridação de culturas,
hábitos, costumes, prácas, comportamentos e outras
formas de recomposições sociais (Marns, 2008), bem
como pela força da globalização que impõe novas
formas de vida. É rejeitada a teoria segundo a qual as
sociedades normalmente se encontram num estado de
equilíbrio imutável e que a mudança social aparece como
um fenómeno de perturbação acva, capaz de alterar a
conformidade de normas e valores (Parsons e Smelser,
1957). As transformações são inerentes às caracteríscas
das sociedades em si. Portanto, não sendo as sociedades
estáveis, outros factores como a guerra podem alterar
ainda mais essa “estabilidade” e acelerar de forma
desordenada e anómica essa mudança o que não é,
propriamente, a mudança decorrente das dinâmicas
sociais e das congurações entre as pessoas como dizia
Elias (2005).
Os valores morais e cívicos mais afectados são; a
solidariedade, a coesão, o respeito pelos mais velhos,
respeito pelo casamento, respeito pelo professor, o
comunitarismo, a sexualidade responsável dentre
outros. Os principais valores emergentes ou achados
alterados, perdidos e ou recongurados foram,
dentre outros os seguintes: o individualismo e a
individualização, a falta de respeito (aos mais velhos,
ao outro, ao casamento, ao namoro, e ao professor)
o imediasmo, a auto – realização, à ostentação, à
concorrência desmedida, o consumo desregrado de
bebidas alcoólicas inclusive por menores de idade, a
violência domésca.
A análise quantava e qualitava mostra que em
grande medida, considerando o po de valores
vigentes, a mudança e alteração dos valores morais e
cívicos se deveram ao conito prolongado em Angola e
que outras recongurações e construções se deveram
à acessibilidade imediata às tecnologias de informação,
ao avanço das comunicações propiciadas pelo
modernismo e pela globalização à escala planetária.
Esta conclusão responde, também, à primeira pergunta
de parda. Por outro lado, cou demonstrado pelos
resultados dos testes inferenciais que a correlação
entre zona ( e o connum rural/urbana) com as histórias
(valores morais e cívicos) apenas cinco itens apresentam
signicância estasca. Os restantes e incluindo o total
de histórias não são signicavos, podendo concluir-se
que a variável zona apenas em parte teve inuência nos
valores morais e cívicos.
As interações entre o sexo e as histórias apenas quatro
itens foram signicavos. Os restantes não foram,
tal como o total de histórias. Isso pode signicar que
apenas em parte a variável sexo teve inuência nos
valores morais e cívicos. O mesmo resultado se aplica
à variável movo de deslocação com as histórias onde
apenas uma história apresenta signicância.
As médias marginais sobre a variável movo de
deslocação mostrou que as mulheres deslocaram-se
mais que os homens. Isso conrma a ideia segundo a
qual, pelo facto de os homens se encontrarem (grande
número) envolvidos na guerra de um e do outro lado do
conito, as mulheres eram as responsáveis pela guarda,
segurança e sobrevivência da família.
Como causas principais da alteração dos valores morais
e cívicos idencamos as seguintes; o conito armado
prolongado, as dinâmicas sociais em constantes
mutações, a falta de constância educava para adopção
de referências da família, a convergência e a interacção
de múlplos valores no meio urbano por movo da
migração, a acessibilidade aos meios de informação e
comunicação (cinema, televisão, rádio e internet).
Os Valores Morais e Cívicos antes e depois do conito violento: o caso da HuÍla
David Domingos Luis