Elison António Paim e Solange Maria Envangelista Mendes Luís
Revista Científica do ISCED-Huíla
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apostam mesmo nos estudos. Eles preferem, este município todo o tempo tem
fruta, senão está a sair a couve, está a sair a batata, senão está a sair a batata,
está a sair a pêra, está a sair a maçã, então tem essa possibilidade de vender, de
estar todo o tempo a vender, consegue um dinheirinho que dê para fazer uma
refeição para aquele dia para suas crianças e para eles é suficiente. Nunca
pensam no futuro e por que? Porque também as crianças têm sido ameaçadas
pelos próprios encarregados, tem que ir à pasta, tem que ir apascentar o gado,
então, quando o filho vem à escola devolvem. Foste à escola então vais comer lá
na escola, é lá onde você vai ficar porque lá é onde tem a tua comida, sabe, e não
pensam no futuro, que meu filho amanhã poderá... Quer dizer, é um povo ainda
que tem uma mente muito muito atrasada, são poucos que pensam no futuro que
seu filho deve estudar. Então, mais uma vez eu digo que as universidades deviam
apostar nisso, também ir criando assim umas doações, ajudar essas crianças
impossibilitadas para ver, ou serem padrinhos de algumas crianças. Há mesmo
crianças que tem vontade, mas não conseguem, choram mesmo porque querem ir
à escola, mas o encarregado às vezes diz que “não, tem que apascentar os bois,
porque tem que cuidar do maninho”. Para ele a procriação é melhor, é só
procriar, procriar, procriar, pôr as crianças ao mundo e não se preocupa com o
resto. [...] Apadrinhar alguma criança, ajudar essa criança a amanhã um dia ser
alguém e orgulhar-se, ver essa criança dizer que aprendeu e eu ajudei essa
criança hoje, é alguém para a sociedade (Alcina, 2019).
Devíamos começar a realizar campanhas
Eu acho que deviam, deviam realizar assim, por exemplo, algumas campanhas.
Devia-se realizar campanhas. É, dessas campanhas de maneiras que podiam
mesmo ajudar com o material. Vamos por exemplo fazer uma contribuição,
vamos criar um fundo, deste fundo podemos comprar qualquer coisa para poder
mesmo ajudar. Porque tem que ver com o futuro das nossas crianças, estamos a
formar, amanhã queremos ver uma Angoladesenvolvida. E aí então, devíamos
começar a realizar campanhas. Por intermédio disso mesmo, e aí podiam nos
ajudar, podiam nos ajudar. (A.M.I., 2019).
Eles ajudam os professores e indiretamente chegam até os alunos
Bem, a universidade já deu um passo significativo porque já há lá algumas
turmas de extensão do ISCED-Huíla. É, ainda quando havia o curso de Química,
Pedagogia e Psicologia, agora infelizmente já não há. Já em Caluquembe tem o
curso de História, tem o curso de Filosofia, havia lá o curso de Biologia, mas por
condições depois foi retirado. Eu creio que a universidade já ajudou, de que
maneira, porque antes eles estivam até o ensino médio, e dali parece que era o
limite, já não continuava. Então, desde que o momento em que o ISCED abriu
essas turmas de extensão, eles já não precisam vir aqui para se formar. Eles
estudam mesmo lá, adquirem os seus saberes a partir mesmo dali e são os meios
que eles utilizam, embora não com um pendor científico muito acentuado para
nas escolas, onde eles trabalham como professores. Porque a maior parte dos
estudantes lá no ISCED, das turmas de extensão do ISCED, são professores lá no
município. Então, eu creio que nesse sentido o ISCED já está dando um
contributo, isto é, desde 2011, está a dar um contributo para o saber dos
professores. E isso é que se... eles ajudam os professores e indiretamente chegam
até os alunos (BAC, 2019)
Seria bom que viessem pessoas especializadas, qualificadas para nos
darem este subsídio
As universidades... quanto as universidades, se calhar, deviam promover assim
alguns seminários, mais seminários de capacitação. Porque nem todo mundo,
como é o meu caso, formou-se né, tem a agregação pedagógica. Eu, por exemplo,
o ensino médio não fiz o INE [Instituto Normal de Educação]. O superior não fiz