Waldermar Sérgio Tavares
Revista Científica do ISCED-Huíla
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desigualdades, devendo ser encarado como objecto pedagógico, capaz de
desenvolver valores como os de cidadania por meio do processo educativo” ( p. 4).
Por outro lado, o bairro na óptica de Pacheco (1998), “constitui-se como um
lugar normalmente residencial e segregado e, por extensão, voltado ao
atendimento imediato das necessidades urbanas das suas comunidades, é
geograficamente representativo da cidade, pois é a principal forma de reprodução
do espaço urbano total” [...] (p. 1).
O bairro, por ser um segmento representativo da complexa dinâmica urbana
de qualquer cidade, possui implicações inesgotáveis para o seu estudo e não deve
ser colocado num plano de análise geográfica secundária sob pena de redução da
credibilidade dos discursos explicativos atinentes à questão, tanto em relação à
Geografia Física quanto à Geografia Humana.
É um espaço que desde o ponto de vista cientifico e pedagógico deve ser
explorado, nos seus diversos aspectos e isto dentro da complexidade de relações e
factores que o determinam, pois que, existe de facto, um sentimento latente de
localidade de senso africano nos seus moradores, manifestado na forma de como
exteriorizam o seu pertencer ao mesmo, na forma em que as famílias
intercambiam relações, constituindo-se em algumas vezes numa pequena nação
dentro de uma localidade maior, região e/ou território.
É fundamental que a escola faça a integração curricular da vida, do meio, onde os
estudantes estabelecem a sua vivência, para que possa o mesmo explorar a
localidade que o identifica, favorecendo assim a aprendizagem activa (que não se
limita a conhecer os factos sem explicá-los criticamente, buscando as relações entre
eles e causas que os originam), integrador e interdisciplinar que faça com que o
estudante obtenha uma visão global da realidade e não somente uma visão
abstracta, deformada e raquítica, devido aos limites das unidades curriculares que
se manifestam, a maioria das vezes, como totalmente arbitrários (García, Jiménez,
& Rodríguez, 2009, p. 30).
A localidade é o laboratório onde os estudantes podem estudar
directamente os processos geoespaciais e históricos e deste modo, estar em
condições de compreendê-lo mais facilmente quando se enfrente com eles num
contexto mais amplo ou mais complexo.
Schimdt & Garcia (2006), consideram que articular os conteúdos nacionais
e gerais com a realidade local permite ao educando ter uma postura crítica em
relação aos mesmos e, assim, construir múltiplas interpretações sobre eles,
superando as visões preestabelecidas.