Não incluir a correcção do erro, no
sentido de dar ao próprio a
possibilidade de ser ele mesmo a
identificá-lo e a alterá-lo de forma a
permitir que aconteça uma
aprendizagem mais duradoura;
Identificar o que já está bem feito, no
sentido não só de dar autoconfiança,
como igualmente permitir que aquele
saber seja conscientemente
reconhecido (Santos,2003, p.19, citado
em Santos, 2020, p.6)
As afirmações expostas no parágrafo
anterior, também aparecem em livros
didácticos, como é o caso do programa de
matemática da 10.ª Classe (Moderna,
2013, p.31) que destaca o seguinte: “no
ensino, a avaliação assume carácter
eminentemente formativo, devendo
favorecer a progressão pessoal e a
autonomia como parte integrante do
processo ensino aprendizagem,
permitindo ao aluno implicar-se no
próprio processo e ao (a) professor(a)
controlar melhor a sua prática lectiva.”
Reflexões e problematizações sobre
a avaliação
O conceito de Avaliação, está longe de ser
consensual se tivermos em conta que foi
sempre vista ao longo da sua história sob
diferentes olhares de acordo com os
objectivos e finalidades que as sociedades
vão definindo ao longo da sua evolução.
Nesta perspectiva apontam-se cinco
abordagens relacionadas com a evolução
da avaliação:
1. Abordagem da consciencialização
(século XIX) – envolve um sistema
de testagem com o objectivo de
melhorar os padrões educativos.
Ocorreu predominantemente nos
Estados Unidos e, depois,
estendeu-se para Europa.
2. Abordagem psicométrica (1900 –
1930) – Avaliação normativa,
classificatória e estandardizada que
tem influência até os dias atuais.
3. Abordagem da congruência (1930 –
1950) – definida por Tyler como
uma avaliação de comparação entre
resultados previstos e os resultados
obtidos. Durante este período a
avaliação estende-se ao processo de
ensino e aprendizagem, não mais se
limitando a instrumentos de
medidas industriais.
4. Abordagem da expansão (1958 –
1972) – período em que surge a
dicotomia entre a avaliação
somativa, medida por exame
(docimologia), e a formativa,
avaliação que passa a destacar as
escolas, professores, alunos,
conteúdos, e as metodologias como
foco central, deslocando o olhar do
carácter meritocrático para o
sociológico.
5. Abordagem da profissionalização –
na qual, a partir de 1972, a avaliação
passa a ter um carácter sistemático
com etapas bem definidas:
a) Fase de identificação (avaliação do
contexto)
b) Fase para prever os recursos, as
limitações, os custos e os prováveis
benefícios (avaliação de entrada ou
inicial)
c) Fase de acompanhamento do
desenvolvimento (avaliação de
processo)
d) Fase em que o resultado é
apresentado. Avaliação do produto
final, ou seja, verificação dos
objectivos alcançados (Oliveira &
Singer, 2014, p.158).
Estas reflexões, para além de irem na
mesma direcção dos autores Oliveira e
Singer, (2014) relativamente à evolução
da avaliação das aprendizagens,
demonstra que,
na prática pedagógica da matemática a
avaliação tem, tradicionalmente, se
centrado nos conhecimentos
específicos e na contagem de erros. É