Revista Angolana de Extensão Universitária, v.2, n.3, Julho-Dezembro, p. 76-93, 2020
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O Ensino Superior Angolano em Tempo de COVID-19: Mudanças e
Transformações Necessárias
Angolan Higher Education in COVID-19 Time: Necessary Changes and
Transformations
Educación Superior Angoleña en Tiempo de COVID-19: Cambios y
Transformaciones Necessários
Osvaldo Canda Quipaca Kussecala Lueto
1
Faculdade de Medicina da Universidade Katyavala Bwila
osvaldokipaca@hotmail.com
Paulo Ney Solari
2
Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto
neysolari22@gmail.com
Emanuel Cassoco Catumbela
3
Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto
ecassoco@gmail.com
Resumo
Este artigo tem como propósito levar a cabo um
exercício de reflexão sobre as transformações
necessárias no subsistema do Ensino Superior
Angolano face a pandemia da COVID-19,
considerando os desafios estruturais relativos
ao acesso à tecnologia, alcance da internet,
preços, capacidade das infraestruturas de
suporte das IES e pouca literacia tecnológica
dos docentes e discentes. São apresentados no
artigo algumas das tecnologias existentes, que
podem ser usadas para novas modalidades de
ensino e também no restabelecimento das
relações entre as pessoas no novo contexto em
que somos obrigados a viver.
Palavras-chave: COVID-19, Educação,
Ensino Superior.
1
Licenciado. Assistente Estagiário. Docente. Chefe do Departamento de Investigação e Publicação.
2
Licenciado. Assistente Estagiário de Radiologia.
3
Doutor. Professor Auxiliar. Cordenador da Disciplina de Medicina Legal.
Abstract
This article aims to carry out a reflection
exercise on the necessary transformations in the
Angolan Higher Education subsystem in the
face of the COVID-19 pandemic, considering the
structural challenges related to access to
technology, internet reach, prices, capacity of
infrastructures. support from HEIs and little
technological literacy of teachers and students.
The articles present some of the existing
technologies, which can be used for new
teaching modalities and also in the
reestablishment of relationships between
people in the new context in which we are forced
to live.
Keywords: COVID-19, Education, Higher
Education.
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Resumen
Este artículo tiene como objetivo realizar un
ejercicio de reflexión sobre las
transformaciones necesarias en el subsistema
de Educación Superior de Angola ante la
pandemia COVID-19, considerando los desafíos
estructurales relacionados con el acceso a la
tecnología, alcance de internet, precios,
capacidad de las infraestructuras de suporte de
las IES y poca alfabetización tecnológica de
profesores y alumnos. Los artículos presentan
algunas de las tecnologías existentes, que
pueden ser utilizadas para nuevas modalidades
de enseñanza y también en el restablecimiento
de relaciones entre las personas en el nuevo
contexto en el que nos vemos obligados a vivir.
Palabras clave: COVID-19, Educación,
Educación Superior.
INTRODUÇÃO
Em Angola, as Instituições de Ensino
Superior (IES) estavam, antes da
pandemia, limitadas ao ensino presencial.
Devido a pandemia da COVID-19, as aulas
no subsistema do Ensino Superior foram
paralisadas durante grande parte de
2020, levando ao reajuste do Calendário
académico.
Neste ano, 253.287 estudantes de
licenciatura e pós-graduação, em Angola,
deixaram de frequentar as aulas, como
resultado das medidas de confinamento
social aplicadas para prevenir a
contaminação pela COVID-19
(Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura -
UNESCO, 2020a).
As plataformas digitais para o ensino à
distância em todas as instituições do
Ensino Superior de Angola e expansão do
uso das ferramentas de comunicação via
web, internet para as IES e disponível
para os estudantes, gestão eficiente das
medidas de prevenção individual e
colectiva, são elementos de mudanças e
transformações que devem ser discutidas
e inseridas no funcionamento das
instituições.
A pandemia da COVID-19, assim
designada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) desde o pretérito 12 de
Março de 2020 (Vinner, Russel, Croker,
Packer, Ward, Stansfield, Mytton, Bonell
& Booy, 2020) tem sido um tema de
destaque de ordem global. Até a data do
início da redacção deste artigo (Abril de
2020), haviam no mundo, 2.164.111 casos
confirmados e 146.198 mortes. Desses
dados, a África albergava 13.104 casos
confirmados e 517 mortes (WHO, 2020),
tendo Angola confirmado 24 casos, duas
mortes e 5 recuperados (Ministério da
Saúde - MINSA, 2020).
De modo a impedir a tendência crescente
dos casos da COVID-19, 191 países
incluíram em suas medidas de contenção
da COVID-19 o confinamento domiciliar,
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determinação de estado de emergência e
encerramento das escolas (Kim, Kim,
Peck & Eunok 2020; UNESCO, 2020a).
Angola foi um destes países, onde escolas
do ensino geral privadas e públicas, bem
como IES cancelaram as aulas.
Esta medida visava a redução dos
contactos e aglomerações, com o objectivo
de reduzir a transmissão do vírus e, por
conseguinte, impedir a infecção na
comunidade. Entretanto, tal medida
levou ao afastamento das aulas, a nível
mundial, de 1.575.270.054 estudantes.
Em Angola, este número foi até meados
de 2020 de 8.692.733 (UNESCO, 2020a).
Com o ritmo epidemiológico da pandemia
tornou-se evidente que o cumprimento
dos objectivos educacionais,
preconcebidos no subsistema do Ensino
Superior, teriam que ser adaptados.
Havendo à época necessidade de adaptar
os programas de disciplinas para que o
presente ano académico não fosse
perdido (Vinner, 2020).
No nosso país, as Institutições do Ensino
Superior (IES) encontram-se em uma
situação difícil, na medida em que muitas
não dispõem de dinâmicas
organizacionais que previlegiem o uso
pleno das ferramentas de comunicação,
sejam elas intranet ou internet, que
permitissem um uso fácil e acessível de
plataformas digitais para o ensino à
distância (Banco Mundial, 2018a;
MESCTI, 2020; Ministério da
Comunicação Social, 2020).
Plataformas de e-learning
A tendência epidemiológica da COVID-19
fazia prever que precisaríamos de pelo
menos um ano e meio até que
pudêssemos ter uma vacina ou um
medicamento eficaz disponível ao nível
global (Denworth, 2020). Contudo, era
necessário procurar soluções para um
retorno às aulas tão logo fosse seguro para
os discentes, docentes e funcionários não
docentes. Deste modo, o recurso às
plataformas de ensino à distância ou
combinada, conhecidos por electronic-
learning (e-learning) ou blended-
learning (b-learning), era e ainda
continua a ser uma das melhores e mais
seguras soluções. Algumas destas
ferramentas são usadas há algum
tempo em vários países, na modalidade de
ensino à distância em cursos para adultos
ou em alguns casos para jovens e
adolescentes e mais raramente para
crianças. Essas experiências
internacionais permitem-se antecipar que
condições ainda precisamos de preparar.
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Muitos docentes têm dificuldades em
utilizar as tecnologias de informação e
comunicação no dia-a-dia. A preparação,
ministração e avaliação da componente
teórica das aulas pode-se afigurar difícil
para alguns.
Em segundo lugar, as IES precisam criar
condições técnicas para albergar as
plataformas de e-learning, incluindo as
equipas técnicas de apoio. um
investimento financeiro que se deve fazer
para tornar resilientes as IES. O contexto
económico actual, uma combinação de
baixa receita, altos preços, escassez de
receitas pode influir negativamente para a
instalação deste sistema, a menos que
venha ajuda externa às IES.
Em terceiro lugar, os alunos precisam de
condições para ter acesso às aulas fora das
IES. Muitos estudantes não dispõem de
um computador em casa ou num local
público perto do seu domicílio.
Outro aspecto a ter em conta é a
disponibilidade de internet, quer em
quantidade, quer em qualidade. Os
provedores de internet disponibilizam os
seus serviços a preços muito elevados,
acima da capacidade de muitos
estudantes. A qualidade e a cobertura do
sinal espera ainda por dias melhores.
Todos estes factores deverão ser avaliados
e assegurados para o sucesso desta nova
forma de ensino-aprendizagem.
Aos poucos, tanto professores, quanto
estudantes estão a perceber a necessidade
de ter um espaço mais dinâmico, que
propicie a interactividade dos estudantes
com os computadores e ferramentas
tecnológicas a favor da prática educativa,
tornando possível o uso dos ambientes
virtuais a favor da aprendizagem, fazendo
com que o estudante use as ferramentas
de comunicação via web não de forma
aleatória, mas como meio de suporte no
processo educacional (Prata, 2005).
Em Angola, o Decreto Presidencial n.º
59/20, de 3 de Março, que regula as
modalidades de ensino à distância e semi-
presencial no subsistema do Ensino
Superior, tornou perceptível que o
processo de ensino-aprendizagem não
pode estar condicionado à assistência
presencial física, mas deve moldar-se ao
desenvolvimento tecnológico e ao
advento das plataformas digitais e
ferramentas de comunicação via internet,
que contribuem para o ensino quando
factores externos interferem ou não no
decorrer das aulas (Angola, 2020).
Embora a situação tenha mudado de
forma importante, considerando, por
exemplo, a descoberta de diversas
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vacinas, as aulas digitais ainda seguem
sendo uma opção segura, porém, para sua
operacionalização, as instituições devem
preparar-se com recursos tecnológicos e
condições de acesso às redes de
informação e comunicação que permitam
criar as condições iniciais para uma
virtualização plena, ou pelo menos,
próximo disso.
Ferramentas digitais e suas
possibilidades
Antes da pandemia da COVID-19,
Mendes (2009) havia alertado para a
necessidade de mudanças e
transformações no ensino, com atenção
às outras linguagens na escola e sair-se
das aulas que apenas usam quadro, giz
e/ou pincel, e retroprojector e buscar uma
exploração do computador e suas
linguagens no intuito de acrescentar
novas práticas, hoje, tornou-se fulcral
com a COVID-19 e seu impacto no
subsistema do Ensino Superior.
O moodle e seu potencial na
educação
Dada a existência de softwares úteis à
educação, as instituições poderiam
recorrer, a título de exemplo, ao Moodle,
que é uma plataforma de gestão de
ensino-aprendizagem em ambiente
colaborativo a distância ou semi-
presencial (Almeida, 2007; Silva, 2007).
No contexto da COVID-19, seria um
software adequado ao permitir que cada
docente ou grupo de docentes
disponibilize aos estudantes os
programas, cronogramas, bibliografias da
disciplina bem como a distribuição dos
estudantes por grupos de trabalho. A
partir do Moodle, o docente teria acesso
aos trabalhos dos estudantes, analisaria
os relatórios de actividades e os
classificaria. (Domenico & Cohrs, 2016;
Vagarinho, 2011).
Usabilidade do Zoom
Para as aulas teóricas, em
videoconferências, poder-se-ia optar pelo
aplicativo Zoom, que é uma ferramenta
para videoconferências de até 1000
pessoas, com um sistema de chat (Zoom,
2020). Com o Zoom as instituições
instalariam uma sala de conferência, onde
os docentes leccionariam e os estudantes
poderiam expor dúvidas, argumentar ou
contrargumentar a medida que decorre a
aula. Sendo que mesmo com telemóvel
android, os alunos poderiam assistir às
aulas, seguindo assim o cronograma da
disciplina (Zoom, s/d.).
Uma das vantagens do Zoom é que as
aulas podem ser gravadas. O que
permitiria aos estudantes fazer recurso às
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videoconferências anteriores para fins de
estudo individual. Posteriormente,
poderiam criar pastas de
videoconferências de todas as disciplinas
do semestre e com o auxílio do material
complementar disponível no software
Moodle, prepar-se-iam para as avaliações
orais e testes escritos de cada disciplina
(Zoom, s/d.).
Gestão de informação pelo Google
drive
O Google Drive, cuja versão grátis
disponibiliza aplicativos similares aos do
Microsoft office e Google room, é um
software que armazena, compartilha e
acessa arquivos em qualquer dispositivo,
nomeadamente smartphone, tablet ou
computador (Google Drive, s/d.). Seria
importante para o armazenamento e
partilha com discentes aulas leccionadas
quer em formato de vídeo, quer em texto.
Através desta ferramenta, os discentes
poderiam comentar as aulas e emitir
dúvidas que surgirem durante o estudo
individual. Uma das grandes vantagens é
que independentemente da localização,
desde que haja internet, o discente poderá
aceder às aulas armazenadas a partir de
qualquer computador ou dispositivo
compatível (TechTudo, 2018a).
TeamViewer
O TeamViewer é um software com versão
gratuita que permite acessar um
computador ou celular à distância bem
como fazer reuniões online; é funcional
com a maioria das plataformas de desktop
e dispositivos móveis como é o caso do
Windows e Android (TeamViewer, s/d).
Com o TeamViewer seria possível
transferir arquivos aos discentes à
distância entre vários aparelhos,
tornando ultrapassado a prática da
transferência de arquivos via pendrive
entre docente e discentes (TeamViewer,
s/d; TechTudo, 2020b).
WeTransfer
O WeTransfer é uma ferramenta com
versão gratuita, para transferência de
ficheiros “pesados” de um computador
para outro de forma remota. Diferente de
certas ferramentas colaborativas, o
WeTransfer permite fazer o download de
múltiplos documentos por meio de um
arquivo zipado. Desta forma, o discente
não teria necessidade de baixar os
ficheiros um a um (TechTudo, 2019c;
WeTransfer, s/d).
O potencial das redes sociais
Outras ferramentas de comunicação via
web como canal Youtube dos docentes,
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vídeo-aulas em sistema LIVE pelo
Facebook, poderiam ser utilizadas para
que o processo de ensino-aprendizagem
não paralise, de modos a se aproveitar “os
aplicativos e ferramentas utilizadas no
cotidiano da boa parte da população”. A
título de exemplo, o Instagram e Google
(França, Rabello, & Magnago, 2019).
Muito provavelmente poder-se-ia
instituir o ensino por meio de plataformas
digitais nas instituições com capacidade
técnica e tornar extensivo os estudantes
com condições materiais para os devidos
efeitos. As instituições sem capacidades
técnicas teriam de se manter no molde de
ensino tradicional.
Esta plataforma digital intra-
institucional, em tempo de COVID-19,
seria importante para servir de cajado em
tempos de epidemias e pandemias, que
exijam medidas de confinamento social,
com a vantagem de tais epidemias e
pandemias afectarem pouco os
programas de ensino.
A plataforma digital, associada ao uso das
ferramentas de comunicação via web,
teria um papel holístico ao englobar a
ministração das aulas práticas além das
teóricas. Nos laboratórios das instituições
com fins de ensino, criar-se-iam
condições técnicas de informática
(internet, vídeo-câmara, aparelho de
som) para que se moldem em laboratórios
digitais, onde os estudantes teriam a
possibilidade de assistir as aulas práticas
à distância sem erros de rede, que viriam
a conturbar a transmissão local do sinal.
Deste modo, o docente, no laboratório,
em conformidade com o programa da
disciplina para a turma, leccionaria a aula
prática e interagiria com os discentes,
esclarecendo-lhes as inquietudes.
Embora se note um vácuo quanto ao
desenvolvimento de habilidades
relacionadas ao tacto, observação e
auscultação por parte dos estudantes, tais
habilidades e competências podem ser
corrigidas quando os estudantes
entrarem em contacto com as suas
equipas de trabalho tanto pelos
subgrupos de trabalho na turma online
bem como nas diversas áreas do saber
institucional hospitalar, quer não
hospitalares (educação, mecânica,
informática e outras), criadas com o fito
de solucionar lacunas do processo de
ensino-aprendizagem pelas plataformas
digitais em tempos de epidemia ou
pandemia.
Os exercícios de avaliação seriam
igualmente digitais nos aplicativos e
ferramentas Zoom, Facebook-Live, Canal
Youtube, Whatsapp ou Instagram. O
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docente faria avaliações diagnósticas
seriadas aos seus estudantes, de modo a
certificar-se de quais habilidades
imprescindíveis ao futuro formado não
estão a ser desenvolvidas por conta desta
nova forma de ensino (o ensino digital).
Assim, os gestores para os Assuntos
Académicos institucionais seriam
reportados das principais limitações e
dificuldades no aprendizado dos
estudantes e este, por sua vez, reportaria
aos níveis hierárquicos superiores com
um plano de soluções em anexo.
O sinergismo tecnológico entre
instituição e estudantes
O novo exercício académico por conta das
novas formas de contacto em tempo de
epidemias e pandemias como a da
COVID-19 seria possível após um
investimento informático eficiente nas
IES. As instituições precisam de ter
internet de qualidade que permitam
vídeo-aulas independentemente do
tempo de duração das aulas e os
estudantes devem estar munidos de
condições tecnológicas, materiais, bem
como condições intelectuais que lhes
permitam interagir em tempo real com os
docentes.
Este contexto académico envolve as
instituições de ensino e estudantes, o
compromisso e responsabilidade de
aquisição da internet de qualidade é de
carácter particular, mas o objectivo é
único - manter o curso normal das aulas
no subsistema do Ensino Superior,
mesmo quando as condições presenciais
as impossibilitem.
Assim, a génese duma era mais
electrónica na educação angolana coloca o
desafio de, nas instituições de ensino a
nível nacional, desde a matrícula, existir
um portal completo próprio,
institucional, onde o estudante poderá
facilmente se manter informado de todos
os comunicados, convocatórias,
actividades extra-escolares e notas de
avaliações. Em contrapartida, neste
portal, o estudante pode solicitar
declarações e certificados sem
necessidade de sair de casa.
A Internet em Angola: factor
essencial para as plataformas
digitais
No contexto da COVID-19, cabe a cada
ministério criar as condições de garantir a
continuidade das actividades lectivas face
a esta pandemia. Para que as aulas à
distância ocorram de forma plena em
todas as disciplinas dos cursos de
graduação ou pós-graduação é necessário
considerar mais profundamente as
particularidades de Angola no que diz
respeito à abrangência e a qualidade da
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internet, o preço, a velocidade de
download e upload (VAD), a localização
geográfica e as condições económico
financeiras dos discentes.
Assim, a organização A4AI (“Alliance for
Affordable Internet”), no seu relatório de
2017, define internet acessível quando
alguém não paga mais do que 2% da sua
renda para ter 1GB de tráfego de internet.
A falta de acesso à internet, nas IES,
dificultaria a implementação destes
Sistemas de Ensino à distância (SEaD) e,
como consequência, as aulas continuarão
essencialmente presenciais. Isto, no
contexto da COVID-19, expõe o corpo
académico aos riscos de contágio dada a
pluralidade de origem domiciliar e
civismo de cada discente, docente e
trabalhador não docente.
Entretanto, para Angola, um país sem
experiência neste tipo de ensino (EaD), as
dificuldades têm sido obviamente
maiores. A desigualdade social é o
principal inimigo do SEaD porquanto,
alunos de vários status sociais deparam-
se com os mesmos problemas, porém, o
grupo dos melhor providos económica e
financeiramente conseguem facilmente
adaptar-se à necessidade da internet face
às obrigações que o momento exige.
A localização geográfica dos discentes
também é um factor a levar em conta para
o insucesso do EaD visto que, muitos
discentes vivem em áreas suburbanas e
outros ainda vivem nos municípios do
interior, que torna mais difícil a conexão
da internet. Os estudantes do Ensino
Superior, que vivem em zonas distantes
dos pontos de internet, têm mais
dificuldades na aplicação do ensino à
distância.
A internet é um dos recursos mais
importantes para que haja ensino à
distância com aulas síncronas. Mas ainda
precisamos de lidar com os actuais
dilemas na expansão da internet em
Angola. Empresas de internet como a TV
Cabo, por exemplo, cobrem apenas
algumas partes da cidade de Luanda,
Lobito, Benguela, Lubango e Huambo e a
ZAP Fibra cobre apenas alguma parte de
Luanda.
O sistema Net-casa parece, no momento,
ser o que possui a maior cobertura por
estar em todas as províncias do país.
Perspectiva económico-financeira
da plataforma digital
O investimento em TIC amplia as
transformações sociais e desencadeia
uma série de mudanças positivas na
forma como se constrói o conhecimento
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(Cesário & Lia, 2015) e, em Angola, o
investimento económico-financeiro, nas
plataformas digitais, acaba por ser
condição para que o ensino à distância ou
semi-presencial decorra nas IES em
Angola.
Mpaka (2009) refere que a
utilização das TIC no sistema da
Educação em Angola é condicionada
pelos seguintes factores:
1. Poucos recursos financeiros
alocados ao sector da educação e,
como consequência, poucos
projectos em TIC desenvolvidos no
ensino;
2. Inexistência a nível nacional de
formação de competências
pedagógicas em TIC voltadas à
Educação;
3. Insuficiência no currículo de
conteúdos sobre as TIC no ensino
secundário;
4. Parcerias entre o sector público e
privado com necessidade de
fortalecer para optimização de
projectos sobre as TIC no ensino.
O site internet worldstats aponta que, no
primeiro trimestre de 2020, a África
apresentou uma taxa de penetração da
internet de 39,3%, aquém da média
mundial.
Em Angola, até Dezembro de 2019, os
usuários de internet totalizaram
7.078.067, correspondente a uma taxa de
penetração de 21,5% e um crescimento de
23,49% em relação ao ano de 2000
(Internet WorldStats, 2020). Não
obstante o crescimento verificado, este
nível de penetração encontra-se abaixo da
média da região da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral
(SADC), fixada em 41%, de acordo com a
figura abaixo:
Dados de 2019 do Banco Mundial,
indicam que Angola tem um total de 469
Série1; Resto
do Mundo;
62,90%
Série1; Média
Mundial ;
58,80%
Série1; África;
39,30%
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%
Resto do Mundo
Média Mundial
África
Taxa de penetração (% da população)
Fonte: https://www.internetworldstats.com/stats1.htm
Penetração da Internet em África
(1º Trimestre-2020)
Fonte: https://www.internetworldstats.com/stats1.htm
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servidores seguros de internet e várias
operadoras, destacando-se as seguintes:
TV CABO, ZAP Fibra, Unitel e Movicel.
Cada uma delas tem o seu plano mensal
de internet, sendo que, o mais económico
está fixado em Kz 1.500,00 e o mais
dispendioso em Kz 125.100,00, valor
acima do salário mínimo nacional.
Importa destacar que as operadoras TV
CABO e ZAP Fibra também
disponibilizam pacotes incluindo os
serviços de televisão e telefone, o que se
julga ser menos oneroso
comparativamente aos outros
prestadores de serviços.
A qualidade de internet requerida para a
realização eficiente de cada tarefa varia
muito de acordo com a sua natureza e, por
seu turno, deve haver um equilíbrio entre
o número de usuários e a potência da
internet disponível. De acordo com Intnet
(2018), para assistir um vídeo no
YOUTUBE em alta-definição, a
velocidade indicada de internet é de 25
Mb, o uso de redes sociais com
tranquilidade requer pelo menos uma
velocidade de 5 Mb, em contrapartida, a
velocidade exigida para as pesquisas
depende dos aspectos relacionados com
ela, nomeadamente, o descarregamento
da informação, imagens em alta definição
e vídeos.
Essa componente técnica levará os
gestores das IES a planificar, avaliar a
aquisição e instalação da sala de
conferências para aulas à distância em
prol do êxito na aplicabilidade das novas
formas de ensino em tempo de COVID-19.
Ao considerar esses factores, urge a
necessidade de os ultrapassar para
optimizar o ensino não presencial em
Angola. Sugere-se que as mudanças e
transformações consubstanciem-se em
alocar recursos financeiros ao subsistema
do Ensino Superior angolano, que sirva à
aquisição e disponibilização das
plataformas de ensino à distância ou
combinado; criação de programa nacional
de formação de competências
pedagógicas, voltadas para plataformas
digitais tanto aos docentes, quanto aos
discentes; introdução de conteúdos
relacionados a plataforma que se usará e
estabelecimento de parceria entre as IES
e os servidores seguros de internet e
operadoras existentes no país de modos a
se minimizar os custos de internet na
população académica angolana; aumento
da taxa de penetração de internet nos
diferentes distritos ou bairros, pois o uso
móvel, vai se demonstrar mais oneroso
aos discentes e sem a internet disponível
nos distritos será difícil para muitos
frequentar as aulas não presenciais;
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parceria com fornecedores (mediada
pelos gestores institucionais) a fim de
colmatar a insuficiência material de
computadores, smartphone nos discentes
desfavorecidos, de modos que a aquisição
ocorra a preços mais acessíveis.
Preparação dos gestores das IES,
estudantes e sociedade para um
“novo normal”
A partir do momento em que se considere
essencial a presença dos docentes nas
instituições para leccionar as aulas
práticas em laboratórios num sistema de
laboratório digital, é necessário que se
tomem medidas de protecção individual e
colectiva nas instituições, sendo a
primeira medida a delimitação de uma
zona obrigatória para higienização das
mãos no perímetro académico.
Mesmo que o número de casos de COVID-
19 incremente, as aulas teóricas e práticas
nas plataformas digitais podem
prosseguir e, muito provavelmente, os
estudantes do curso de Ciências de Saúde
no ciclo clínico e estágio chegariam a ter
as aulas teóricas suspensas para servirem
o país nos hospitais e centros de saúde.
Este cenário de ensino digital decretado
(Decreto Presidencial 59/20 de 03/03,
sobre o Regulamento das Modalidades de
Ensino à Distância e Semi-Presencial no
Subsistema de Ensino Superior) requer
que as instituições, os estudantes e a
sociedade devem preparar-se para este
desafio nada fácil, mas não impossível.
Sem esquecer que é este o itinerário que
muitos países percorreram, com ou sem
interrupções nos programas e calendários
do ano académico 2020.
É necessário que as provedoras de sinal de
internet, os governos provinciais, as IES e
as comunidades se unam para ultrapassar
as dificuldades, limitações e
insuficiências de ordem material em
Angola (Liberato, 2014), e reduzir o
tempo (anos) necessário para que, em
todo o território nacional, as instituições
estejam preparadas para a aquisição e
manuseio de plataformas digitais no
processo de ensino-aprendizagem.
A UNESCO difunde que, nesta nova era,
para um ensino eficiente, os docentes
necessitariam de formação sobre as
modalidades das aulas (UNESCO,
2020b). O que obriga a um plano de
formação dirigido e com pré-testagem a
todos os docentes a nível institucional
(UNESCO, 2020c). No início, a sensação
de desconforto pode ser considerável para
alguns docentes, pois suas competências
de manejo de classe já não são adequadas
no novo ambiente (Cysneiros, 2006, p.
20).
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Tal como disseram Blandine Ledoux e
Koffi Segniagbeto, “especialistas em
custos e financiamento da educação em
Paris e Dakar do IIEP (International
Institute for Educational Planning)”,
citados pela UNESCO (2020d), no
contexto da COVID-19, aos subsistemas
de ensino será importante um novo ajuste
financeiro para que projectos de
continuidade de ensino não presencial em
tempos de pandemia sejam
materializados.
Agregadas às mudanças e transformações
tecnológicas de ensino, as instituições
terão de obter sistemas para a
desinfestação, para auxiliar as medidas de
protecção individual e colectivas vigentes,
evitar os grandes aglomerados durante
uma fase recente ao término da crise.
Encontros em aulas magnas,
conferências, simpósios, workshop, cuja
aglomeração ultrapasse o número de 100
pessoas, deverão ser igualmente evitados.
Por conta deste conglomerado de
docentes, funcionários não docentes e
discentes, no pátio, haverá nessa altura o
maior número possível de lavatórios
disponíveis para a higienização das mãos.
As IES devem disponibilizar álcool em gel
em diferentes lugares da instituição e
exortar a aquisição individual para uso
quando as circunstâncias assim o
exigirem.
A disponibilidade de água corrente nos
balneários das instituições será
imprescindível e o pessoal de higienização
deverá adoptar um regime de limpeza e
desinfecção diário em toda a instituição.
Enquanto perdura a vigilância à COVID-
19 e estiverem na instituição, nesta altura,
toda comunidade académica será de igual
modo advertida a usar máscaras ao se
comunicarem, pois, deste modo,
protegem-se a si e aos outros (Cheng et
all., 2020; Gao & Li, 2020).
Conclusão
Neste artigo, fez-se uma reflexão sobre as
transformações e mudanças necessárias
no subsistema do Ensino Superior
angolano, face ao novo normal, em tempo
de COVID-19. Em Angola, 253.287
estudantes de licenciatura e pós-
graduação estiveram sem aulas por causa
da COVID-19 (UNESCO, 2020a).
A reflexão feita sugere-nos que entre os
desafios a ultrapassar estão o uso de
plataformas de e-learning, como o
Moodle e ferramentas de comunicação via
web como o Zoom, o Google Drive, o
TeamViewer, o WeTransfer, redes
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sociais, como Youtube, Facebook ou
Instagram para facilitar o ensino à
distância bem como as medidas de
biossegurança em todas as IES, que
obrigam as mesmas a superar as
debilidades estruturais de acesso à
tecnologia (penetração da internet,
preços, capacidade das infra-estruturas
de suporte das instituições, pouca
literacia digital).
A disciplina de informática, que existe
na maior parte das IES, deve dar atenção
especial às redes, plataformas digitais e
ferramentas de comunicação via web.
Há também que considerar programas de
capacitação para os docentes sobre o uso
dos aplicativos referidos anteriormente,
garantindo-lhes maior domínio técnico e
capacidade de resolução de dificuldades
pontuais de utilidade.
Verificamos a necessidade de estender os
serviços internet das operadoras
existentes no mercado além de se
promover ofertas menos onerosas para os
estudantes. Tal pode acontecer por meio
da cooperação entre as operadoras e os
docentes e discentes.
A implementação de plataformas de e-
learning, associadas a uma maior
exploração das ferramentas de
comunicação web, é imprescindível no
subsistema do Ensino Superior angolano.
Para que exista o ensino à distância, em
tempo de COVID-19, as instituições de
ensino devem investir em infra-estruturas
de sistemas técnicos e tecnológicos; a
ausência de investimento torna a
implementação desta modalidade de
ensino inadequada em Angola.
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