debilidades como o acesso deficiente ou ausência total de fornecimento de água potável,
energia eléctrica, alimentação e outros bens e serviços básicos (em muitos casos), que se
apresentam como obstáculos à concretização de alternativas oferecidas ou mediadas pela
tecnologia. Desta forma, o que se observa é a existência de segmentos e/ou grupos de
excluídos que estão para além da simples ausência de vagas nas escolas, mas uma exclusão
que se dá de forma massiva pela impossibilidade de acesso a alternativas como tele-aulas,
ensino à distância por via da internet, ou mesmo rádio-aulas. Desta realidade dramática e
dicotômica, emergem inúmeros factos e várias questões cujas certezas do presente e
incertezas sobre o futuro sinalizam tempos de emergência para se desenvolver políticas
sustentáveis e inclusivas de Educação centradas, dentre outras, nas seguintes inquietações:
Como assegurar uma educação orientada para o desenvolvimento sustentável,
sobretudo no contexto actual? Como garantir educação para todos, incluindo mesmo aqueles
que já eram excluídos antes por outras razões? Qual será o impacto para os alunos e
professores angolanos? Qual é o nível de resposta do sistema educativo angolano em relação à
preparação dos professores, bem como a adequação dos meios e materiais pedagógicos? Que
alternativas têm sido criadas pelas instituições e professores para manter a proximidade com
os seus alunos? Qual será o futuro da escola no pós-emergência? Que tipos de investimento
na educação teremos que fazer de agora em diante?
Numa perspectiva de participação comprometida com a causa da educação, e em jeito
de contribuição, algumas respostas para essas questões encontram ressonância nas reflexões
académicas, presentes nesta edição da Revista Angolana de Extensão Universitária, com o
objectivo de provocar um debate produtivo que sinalize para caminhos que ajudem todos os
agentes envolvidos no processo de educação a construir, juntos, soluções equitativas e
adaptadas ao contexto do nosso país, não somente em meio à situação de pandemia, mas de
forma sustentada, garantido que algumas lições, possam, de facto, ser tidas como aprendidas.
Deste modo, na colecção de artigos que apresentamos neste número, intitulado:
Reflexões Sobre Impactos da COVID-19 na Educação e Outros Questionamentos Para a
Sociedade Angolana, trazemos Uma Análise Swot dos Desafios da Educação nos Países
da África Subsahariana Ante a COVID-19, na qual se analisam os desafios impostos aos
países da África Subsahariana pela pandemia da COVID-19, destacando-se problemas
preexistentes tais como: o analfabetismo, a pobreza, a falta de água potável, a habitabilidade