Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 11-29, 2020
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Uma Análise SWOT dos Desafios da Educação nos Países da África
Subsaariana Ante a COVID-19
A SWOT Analysis of Education Challenges in Sub-Saharan African Countries in the Face of
the COVID-19 Pandemic
Un Análisis SWOT de los Desafíos Educativos en los Países del África Subsaariana Frente a
la Pandemia de COVID-19
Gercelina Maria Pereira Jacinto
1
Escola Superior Pedagógica do Bengo, Angola
gercelina1@hotmail.com
Pascoal Micolo Diogo de Campos
2
Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Angola
micolo.campos@gmail.com
Paulo Adão de Campos
3
Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Angola
paulocampos44@gmail.com
Resumo
Este artigo tem como objectivo analisar os desafios impostos aos países da África Subsaariana
pela pandemia da COVID-19. Realizou-se uma pesquisa exploratória, com recurso à matriz
SWOT (Strengths, Weakenesses, Opportunities, Threats), ressaltando as fraquezas, fortalezas,
ameaças e oportunidades, no contexto dos países em desenvolvimento como Angola.
Concluiu-se que os países da África Subsaariana, por terem lidado, nos últimos tempos, com
diversas epidemias, como a cólera, o Marburg e outras, podem ter adquirido uma experiência
que lhes permite dar uma resposta diferenciada ao combate à COVID-19, sendo, portanto,
maior problema, a manutenção das medidas e sua sustentabilidade a médio e longo prazo. De
igual modo, os problemas preexistentes, tais como: o analfabetismo, a pobreza, a falta de água
potável, a habitabilidade precária e o saneamento básico inadequado precisam de ser
resolvidos, uma vez que podem comprometer as medidas preconizadas para a contenção da
pandemia.
Palavras-chave: COVID-19, Educação, Análise SWOT
Abstract
This article aims to carry out an analysis of the challenges imposed on the countries of Sub-
Saharan Africa by the pandemic. An exploratory research was carried out, using the SWOT
1
Mestre em Supervisão Pedagógica. Assistente. Departamento das Ciências da Educação.
2
Licenciado. Engenheiro Geológico e Ambiental. Estagiário de Investigação. Centro Tecnológico Nacional.
3
Doutor em Ginecologia e Obstetrícia. Mestre em Educação Médica. Professor Catedrático. Chefe de
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Maternidade Lucrécia Paím, Luanda.
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matrix, highlighting the Weaknesses, Strengths, Threats and Opportunities, in the context of
developing countries like Angola. It was concluded that the sub-Saharan African countries,
having dealt, in recent times, with several epidemics, such as Cholera, Marburg and others,
may have gained an experience that allows them to give a differentiated response to the fight
against COVID-19, being therefore, the biggest problem is the maintenance of measures and
their sustainability in the medium and long term. In the same way, pre-existing problems,
such as: illiteracy, poverty, lack of drinking water, precarious housing and inadequate basic
sanitation, need to be addressed, since they can compromise the measures recommended to
contain the pandemic.
Key words: COVID-19, Education, SWOT analysis
Resumen
Este artículo tiene como objetivo llevar a cabo un análisis de los desafíos impuestos por la
pandemia a los países del África subsahariana. Se llevó a cabo una investigación exploratoria,
utilizando la matriz SWOT, destacando las Debilidades, Fortalezas, Amenazas y
Oportunidades, en el contexto de países en desarrollo como Angola. Se concluyó que los
países de África Subsahariana, habiendo lidiado, en los últimos tiempos, con varias
epidemias, como el Cólera, Marburgo y otros, pueden haber adquirido una experiencia que les
permita dar una respuesta diferenciada a la lucha contra COVID-19, siendo Por lo tanto, el
mayor problema, el mantenimiento de medidas y su sostenibilidad a medio y largo plazo.
Asimismo, los problemas preexistentes, tales como: analfabetismo, pobreza, falta de agua
potable, viviendas precarias y saneamiento básico inadecuado, deben resolverse, ya que
pueden comprometer las medidas recomendadas para contener la pandemia.
Palabras clave: COVID-19, Educación, Análisis SWOT
INTRODUÇÃO
infecção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) é actualmente
uma emergência de Saúde Pública, que foi declarada como pandemia
internacional pela Organização Mundial da Saúde, no dia 11 de Março de
2020. O seu director-geral, Dr. Tedros Ghebreyesus, justificou a decisão, pelo receio de que o
vírus se possa espalhar para os países, cujos sistemas de saúde sejam de maior debilidade
(Kapata, Ihekweazu, Ntoumi, Raji, Chanda-Kapata, Mwaba, Zumla, 2020). Desde o primeiro
caso de pneumonia COVID-19 em Wuhan, província de Hubei, China, em Dezembro de
2019, com um número alarmante de casos, a infecção alastrou-se para os restantes países do
Mundo. Neste contexto, a Johns Hopkins University tem uma aplicação, que informa em
tempo real os casos globais da COVID-19 (Center for Systems Science and Engineering,
2020). Assim, de acordo com Kapata et al. (2020), a África é responsável por uma fracção
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dos casos globais da doença. Embora os números sejam relativamente pequenos, têm
tendência a crescer rapidamente, tendo sido tomadas medidas apropriadas tendentes a conter a
expansão da doença (WHO, 2020a).
Angola tem apresentado casos positivos da COVID-19, considerados importados,
alertando desde já que é importante a planificação do rastreio do vírus na comunidade,
especialmente nas pessoas suspeitas e/ou os seus contactos, com o objectivo de melhor
controlar a doença (Bernard Stoecklin, Rolland, Silue, Mailles, Campese, Simondon, 2020).
É consensual entre os pesquisadores que a transmissão da COVID-19 é feita de pessoa
a pessoa, por gotículas e aerossóis respiratórios, após o contacto próximo com uma pessoa
infectada a menos de 2 metros ou o contacto directo com superfícies contaminadas. A
contagiosidade da doença é alta, exigindo precaução redobrada por parte dos prestadores dos
cuidados de saúde, professores e estudantes, bem como da comunidade em geral (Cascella,
Rajnik, Cuomo, Dulebohn & Di Napoli, 2020).
Neste contexto, as evidências de que a pandemia pode evoluir para uma situação de
calamidade pública levaram a que se decretasse o Estado de Emergência Nacional em Angola,
nos termos do Decreto Presidencial da República n.º 81/20 de 25 de Março e mais tarde
prorrogado pelo Decreto n.º 46 de 9 de Abril de 2020 por mais um período de 15 dias.
Seguidamente, o Decreto Executivo n.º 2/20 de 19 de Março do Gabinete da Ministra do
Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação (MESCTI) reforça e recomenda a
suspensão de todas as actividades lectivas nas Instituições do Ensino Superior.
No entanto, a maior parte dos pesquisadores é unânime em referir que as medidas da
suspensão das aulas e do isolamento social têm implicações a curto e longo prazo sobre os
intervenientes directos e indirectos do processo de ensino-aprendizagem. De acordo com a
publicação online da The Lancet, essa medida acarreta riscos consideráveis, mas também
oferece oportunidades que devem ser aproveitadas (The Lancet Child & Adolescent Health,
2020). Os autores desta pesquisa pretendem, de certa maneira, reflectir sobre os aspectos
relevantes da complexa problemática e responsabilidade do encerramento das instituições
escolares em situações de pandemia como a da COVID-19, nos países de recursos limitados.
Angola é um dos países de África onde, a despeito do aumento substancial do uso das redes, a
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electricidade cobre apenas 41,9% da população, de acordo com o relatório da World Bank
(2020), referindo-se a dados de 2017. Nestas circunstâncias, além dos efeitos psicológicos,
sociais e pedagógicos, os estudantes dependem, em grande medida, dos livros e equipamentos
electrónicos. Por essa razão, são enormes os desafios a enfrentar para se garantir um processo
de ensino-aprendizagem, à distância, com a qualidade desejável. A nossa inquietação prende-
se com o facto de que, mesmo em situações não epidémicas, o índice de insucesso escolar do
sistema educativo angolano é notório. Nguengwe (2018) atribui esse facto aos factores
determinantes, como as más condições de trabalho, a desmotivação por parte dos professores,
o ambiente degradado das escolas e o excesso de alunos em cada sala de aula. Assim sendo, o
impacto da COVID-19 sobre a população estudantil poderá ser imprevisível.
Panorama conceitual da ferramenta
A análise SWOT é genericamente conhecida como um instrumento de planeamento
estratégico, altamente difundido no mundo e que serve para a compreensão e projecção de
cenários diversos em empresas, associações não-empresariais, comunidades, países, regiões,
entre outros. Tem o mérito de ser uma ferramenta simples e intuitiva e, por esta razão, fácil de
utilizar.
Ela também pode ser entendida como exame dos pontos fortes e fracos de uma
organização, suas oportunidades de crescimento e melhoria e as ameaças que o ambiente
externo apresenta à sua sobrevivência(Harrison, 2010, p. 91).
Segundo Sammut-Bonnici e Galea (2014), uma análise SWOT possibilita a
compreensão dos pontos fortes e fracos internos e as oportunidades e ameaças externas no
ambiente de uma organização, onde os recursos (capacidades, habilidades e competências
essenciais e vantagens em relação às outras organizações) são conhecidos por meio da análise
interna. A análise externa permite reconhecer as oportunidades e ameaças do meio, ao avaliar
os recursos dos concorrentes e o ambiente. Neste tipo de análise, o propósito é utilizar o
conhecimento que a própria organização possui sobre si (seus ambientes interno e externo)
para formular a sua estratégia.
A simplicidade referida é também sustentada por outros autores, como é o caso de
Pickton e Wright (1998), que defendem ser a simplicidade desta ferramenta muito elogiada,
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não esquecendo de apontar que o seu valor está essencialmente na atenção dispensada à
questões-chave de desenvolvimento e crescimento dos projectos, ou seja, tem o potencial de
promover a identificação dos factores mais importantes para o sucesso da estratégia de maior
sucesso.
A análise SWOT, além de simples, é também muito popular, vantagem identificada
por Weihrich (1982, citado por Brooks, Heffner & Henderson, 2014, p. 25) para quem a
análise SWOT é uma ferramenta conhecida, popular e vantajosa para fornecer informações
qualitativas de forma organizada. Weihrich é frequentemente reconhecido como a primeira
pessoa a identificar as vantagens do uso dessa ferramenta (Friesner, 2011)”.
A flexibilidade, tal como a simplicidade, é outro aspecto destacado na estrutura
SWOT. Tal simplicidade permite que sejam articuladas dimensões e informações diferentes,
que ajudam a amplificar os pontos de vista que subsidiarão o plano estratégico, como nos
mostram Brooks, Heffner e Henderson (2014, p. 25):
O modelo de estrutura SWOT foi apresentado por muitos como uma maneira clara e
directa de representar informações sobre uma empresa de uma perspectiva interna
através de pontos fortes e fracos e de uma perspectiva externa através de
oportunidades e ameaças (Hill & Westbrook, 1997; Coman & Ronen, 2009). A
flexibilidade do SWOT permite que as empresas exibam diferentes combinações de
forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (Ghazinoory, Abdi & Azadegan-Mehr,
2011). Essas diferentes combinações fornecem vários pontos de vista e oferecem um
ponto de partida para o planeamento estratégico (Helms & Nixon, 2010). Além
disso, as informações do SWOT podem identificar factores, que são uma parte
importante do processo da tomada de decisão (Yuksel & Dagdeviren, 2007). O
SWOT é uma das ferramentas mais usadas para auxiliar uma empresa na definição
de estratégias accionáveis (Coman & Ronen, 2009). Não se destina a ser usado
como um fim em si, mas como parte de um processo contínuo de desenvolvimento
de estratégias (Dyson, 2004).
A análise SWOT é, por isso, altamente intuitiva, fazendo com que seja, as vezes, vista
por críticos, com sérias reservas, sendo-lhe apontada, por exemplo a imperfeição da
subjectividade, como o fazem Agarwal, Grassl e Pahl (2012). Para esses autores, ela apoia-se
em intuições, é subjectiva, não usa quantificação nem possui poder preditivo. Entretanto, esta
e outras críticas não invalidam o seu uso, mas apenas obrigam os analistas que recorrem à
ferramenta a terem maior cuidado na hora de a utilizar.
Tendo em vista esta mesma preocupação, Sammut-Bonnici e Galea (2014) reconhecem
aqueles limites do SWOT e contribuem com algumas recomendações:
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O SWOT é mais uma ferramenta descritiva que permite ter uma visão geral do
ambiente. Não é uma ferramenta prescritiva que determinaria a natureza do
planeamento estratégico. Uma abordagem analítica deve ir além da mera geração de
listas sob cada cabeçalho e deve procurar determinar a causa e o efeito decorrentes
de cada factor no processo. Vários proponentes fizeram várias recomendações com o
objectivo de melhorar a eficácia da ferramenta. Os estudiosos da estratégia
sugeriram combinar a análise SWOT ao Balanced Score Card e ao Quality Function
Deployment (QFD) em uma única ferramenta para análise. Apesar de suas
limitações, uma aceitação geral de que o SWOT continua sendo uma ferramenta
útil para revisar a posição competitiva de uma empresa. (p. 8).
Admitir os limites da análise SWOT é tão somente uma questão de responsabilidade
ética, de modos que os autores deixam saber que a análise feita com recurso a essa ferramenta
não é infalível, mas também não é sem importância estratégica. A análise que ora se pretende
apresentar assenta no reconhecimento das potencialidades e limites da ferramenta, no caso da
realidade sob análise.
Objectivo do estudo
Interessa-nos, neste artigo, reflectir sobre os rios segmentos, que compõem a matriz
SWOT, tendo em conta os desafios da educação nos países em desenvolvimento num
contexto de pandemia.
METODOLOGIA
Realizou-se uma pesquisa exploratória, utilizando-se como instrumento de análise a
matriz SWOT, que é o acrónimo para forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Por
definição, os pontos fortes (S) e os pontos fracos (W) são considerados factores internos sobre
os quais se tem alguma medida de controlo. Além disso, por definição, as oportunidades (O) e
as ameaças (T) são consideradas factores externos sobre os quais basicamente não se tem
controlo. A análise SWOT é a ferramenta mais recomendada para a auditoria e análise da
posição estratégica geral da instituição, seja de que carácter for, bem como do ambiente que a
envolve. O seu principal objectivo é identificar as estratégias que poderão criar um modelo de
controlo específico da instituição que melhor alinhará os recursos e as capacidades de uma
organização aos requisitos do ambiente em que a mesma opera. Em outras palavras, é a base
para avaliar o potencial e as limitações internas e as prováveis oportunidades e ameaças do
ambiente externo. Por isso, procura verificar todos os factores positivos e negativos, que
afectam o sucesso dentro e fora da instituição. Deste modo, um estudo consistente sobre o
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ambiente em que a instituição opera ajuda a prever as tendências de mudança e a incluí-las
também no processo de tomada de decisão da organização.
Essa metodologia é a mais eficaz para analisar as características do contexto no qual
determinado cenário se encontra (Penate, 2018). Por esse motivo, procurámos adaptá-la,
tendo em consideração o impacto que a pandemia pode ter sobre o sistema de educação e
ensino nos países em desenvolvimento. A literatura disponível incide sobre diversos aspectos
que se procuram enquadrar em ambientes internos (fortalezas e fraquezas) e os ambientes
externos (ameaças e oportunidades) com o objectivo de facilitar a reflexão do impacto da
pandemia sobre as actividades docente e pedagógica das comunidades afectadas e apreciar as
estratégias implementadas para a sua contenção.
DISCUSSÃO
Fortalezas e como mantê-las
Bender (2020) considerou a protecção das crianças e das instituições de educação e
saúde como sendo de extrema importância, sendo necessário tomar as devidas precauções
para prevenir uma potencial propagação da COVID-19 nas escolas, devendo estas
continuarem a ser um ambiente de acolhimento, respeito, inclusão e suporte para todos.
Kapata et al. (2020), tendo em conta as lições tiradas dos esforços de saúde pública pan-
africana e as implicações para o futuro, no combate de surtos epidémicos passados,
procuraram responder a uma questão de pesquisa intrigante: “a África está preparada para
enfrentar a epidemia da COVID-19 (SARS-CoV-2)? A resposta foi de que a África, no
presente momento, está mais bem preparada do que nos surtos epidémicos anteriores. A
WHO (2020b) também garante que houve progressos substanciais desde 2014-16, aquando da
epidemia do Ébola, tendo havido lições aprendidas para os surtos subsequentes, bem como
investimentos significativos na vigilância epidemiológica e preparação dos técnicos de saúde.
Assim, os países africanos têm estado em alerta máxima para detectar e isolar os casos
importados da COVID-19. Deste modo, verifica-se uma resposta rápida à epidemia da
COVID-19 nos sistemas de saúde pública de África, desde antes da detecção de qualquer caso
no continente. Angola introduziu, desde Março de 2020, o despiste da COVID-19 nos
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aeroportos e portos, implementando a quarentena domiciliar e institucional para os
passageiros provenientes dos países já assolados pela pandemia.
Essas medidas enquadram-se no projecto mais amplo do controlo e prevenção de
doenças. A África pode contar com instituições africanas e internacionais (Africa CDC,
2020), bem como, com uma rede europeia de pesquisa, treinamento e desenvolvimento de
capacidades, como a PANDORA-ID-NET (PANDORA-ID NET, 2020). Kapata et al. (2020)
fazem um relato exaustivo das várias redes existentes, como a ONEHEALTH, que funcionam
de forma eficaz e equitativa em parceria com todas as regiões da África. Assim, nenhum país
deve sentir-se isolado no combate a qualquer tipo de endemia. Os autores referem ainda que
essa conjugação de esforços tem permitido a mitigação dos efeitos desastrosos da pandemia
da COVID-19. Deste modo, tem sido possível tirar ensinamentos e garantir que se possa
reflectir sobre a reabertura das escolas no período pós-pandemia. Por outro lado,
especialmente nos países da África Subsaariana, isso ajuda os decisores políticos a
minimizarem o fardo das desigualdades sociais. Não obstante os resultados encorajadores,
Kapata et al. (2020) e Kock et al. (2020) ressaltam que a maior necessidade reside em
assegurar a sustentabilidade a longo prazo do que já está a ser edificado. A África necessita de
continuar a trajectória ascendente das actividades, de modo que haja alinhamento entre os
recursos para a saúde pública, as experiências e competências científicas e o compromisso
político para que qualquer surto futuro de doença infecciosa seja travado antes que se torne
uma epidemia em África. Vários pesquisadores temem que o número de casos possa ser
substancialmente maior se acções decisivas e as políticas de distanciamento não forem
implementadas e aplicadas a todos os países. A maior prioridade será manter, o mais baixo
possível, a taxa de população infectada em todos os países africanos, até que haja um
tratamento eficaz ou uma vacina para imunizar a população. Assim, o sistema de educação
poderá voltar à situação normal com um mínimo de constrangimentos que a pandemia impõe.
A estimativa de Maoujoud e Ahid (2020) reforça a previsão de que as mortes em
África, nos próximos tempos, serão alarmantes, mas o cenário poderá ser pior se não houver
uma atenção especial ao reforço do sistema de saúde e se as políticas de distanciamento social
não forem rigorosamente implementadas em todas as regiões. No entanto, a África tem a
oportunidade de baixar a curva da tendência da morbi-mortalidade por COVID-19.
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No caso de Angola, a estabilidade da pandemia vai certamente encorajar a retomada
do processo de ensino-aprendizagem. Para isso, são altamente necessárias a cooperação e a
coordenação entre os países ao nível regional para aumentar as capacidades em áreas críticas.
E, dada a natureza global do problema, deverá aceitar-se o apoio internacional, traduzido em
suprimentos e equipamentos essenciais para os países de baixa e média renda (Maoujoud &
Ahid, 2020). Além disso, é extremamente necessário implementar e adaptar as medidas bem-
sucedidas no contexto local. Angola teve vários surtos epidémicos, havendo a destacar,
pelo número de mortes, o Marburg (20042005), a cólera (2006) e a febre amarela (2015
2016). Esses surtos levaram o Ministério da Saúde a capacitar as comunidades a fim de
responderem localmente, tomando medidas adequadas e oportunas. O isolamento e o
distanciamento social ao nível de todo o país se verificou com a eclosão da COVID-19, à
semelhança de outros países do mundo. Porém, as medidas tomadas por Angola têm sido
consideradas atempadas e adequadas para a contenção da pandemia, mas foi levada a encarar
um novo desafio para o qual não tem certamente igual experiência acumulada: o
encerramento imprevisto das instituições de ensino.
O apoio que se tem dado ao controlo da COVID-19 é total, de modo que os riscos da
fatalidade da doença já se enquadram dentro dos valores aceitáveis, havendo, portanto,
necessidade de se reforçarem as medidas de sustentabilidade com enfoque para o sistema
educativo.
Fraquezas e como as superar
As pandemias, como a COVID-19, acarretam constrangimentos enormes para todos os
serviços de saúde e de educação, especialmente nos países de baixa renda, porque o acesso
para a expansão dos serviços pode ser difícil (Carter, ThiLanAnh, & Notter, 2020). Por outro
lado, havendo nesses países uma força de trabalho limitada, a perda de trabalhadores-chave
para encarar a própria doença ou a necessidade de auto-isolamento, após o contacto, podem
paralisar a prestação de serviços essenciais e, de igual modo, o sistema de ensino. Em muitos
casos, há a necessidade de recorrer a outros países para uma resposta rápida e integrada para o
controlo e prevenção de novos surtos.
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Assim e de acordo com Carter, ThiLanAnh e Notter (2020), cuidar de pacientes com
COVID-19 depende muito das habilidades e conhecimentos dos prestadores dos cuidados de
saúde. Portanto, é necessário compartilhar intervenções de enfermagem que possam ser
implementadas sem grandes implicações de recursos em todos os departamentos hospitalares.
Esse controlo vai ter impacto na saúde da população em geral e da estudantil em particular,
permitindo que o retorno às actividades académicas decorra sem sobressaltos.
O encerramento das escolas teve impactos diferentes nos vários países. Nos países em
desenvolvimento, a situação da maior parte das famílias é considerada desfavorável. Ao passo
que nos países desenvolvidos, quando as escolas encerram, os pais costumam a facilitar a
aprendizagem em casa; isso não acontece nos países de baixa renda, nos quais os pais podem
ter dificuldade em desempenhar esse papel. Isso se aplica especialmente aos pais de nível e
recursos instrucionais limitados, pois, não possuem condições tecnológicas nem preparação
para o ensino à distância ou em casa de acordo com as directivas da UNESCO (2020). Para a
grande maioria dos intervenientes do processo de ensino-aprendizagem, o acesso insuficiente
às tecnologias ou a uma boa conexão à internet é um obstáculo à continuidade da
aprendizagem, especialmente para os estudantes de famílias desfavorecidas.
Deste modo, as fraquezas que a epidemia da COVID-19 poderá encontrar em África
têm a ver com a debilidade relativa dos sistemas de saúde e de ensino. A maioria das
populações da África Subsaariana ainda enfrenta altas taxas de analfabetismo e de
fecundidade, pobreza e subdesenvolvimento que, de certo modo, dificultam a implementação
das medidas e recomendações preconizadas pela OMS, consideradas essenciais para a
contenção da epidemia tal como aconteceu com a do ébola, muito recentemente (WHO,
2020b).
O encerramento das escolas e instituições nos EUA e na Europa, de acordo com as
pesquisas de Schwartz e Rothbart (2019), foi uma estratégia que teve efeitos negativos na
população estudantil, que vive na pobreza, pois “as escolas não são apenas um lugar para
aprender, mas também para comer saudavelmente”. Várias pesquisas mostram que a merenda
escolar está associada às melhorias no desempenho académico, enquanto a insegurança
alimentar está associada aos baixos níveis de escolaridade e riscos substanciais para a saúde
física, mental e bem-estar das crianças (Bitler & Seifoddini, 2019). O número de crianças que
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enfrenta a insegurança alimentar é substancial. Nos países desenvolvidos, entre 6% a 14% dos
agregados familiares com crianças, em 2018, tinham insegurança alimentar. As taxas nos
países em desenvolvimento poderão ser maiores, sendo uma fonte primária de desigualdades
nos resultados educacionais.
O encerramento escolar actual implica que a aprendizagem seja continuada
digitalmente (Bitler & Seifoddini, 2019). Esta medida leva à existência de diferenças de
aprendizagem entre crianças de baixa e alta renda familiar. As crianças de famílias de baixa
renda vivem em condições que dificultam a escolaridade em casa. Os ambientes de
aprendizagem online requerem geralmente computadores e uma conexão de internet
confiável. Segundo as pesquisas de Guio, Gordon, Marlier, Najera, & Pomati (2018), sobre a
magnitude das carências da criança, ressaltaram que mesmo na Europa, 5% das crianças
vivem em casas que não têm um local adequado para fazerem os deveres de casa. Quando se
procura transpor essa situação para a realidade dos países em desenvolvimento, as crianças
das famílias de baixa renda provavelmente terão dificuldades acrescidas para concluir
trabalhos de casa ou cursos online, devido às situações precárias das suas moradias.
Os decisores de políticas, administradores escolares e outros funcionários devem
enfrentar o desafio imediato de suprir as necessidades nutricionais e de aprendizagem dos
alunos pobres. necessidade de assegurar e prevenir a disseminação da insegurança
alimentar. Os professores também devem definir como adaptar os seus materiais de
aprendizagem para alunos que não dispõem de acesso à internet sem fio, a um computador ou
a um local para estudar.
As actividades extracurriculares na modalidade de ensino à distância são preconizadas
para fins de aproveitamento dos estudos. Os docentes, discentes e técnicos administrativos em
educação devem ser submetidos a cursos gratuitos de actualização e capacitação ou de
aprofundamento online (Viner et al., 2020).
No contexto angolano, houve enormes dificuldades de se dar continuidade às aulas,
fazendo uso das tecnologias apropriadas. Por outro lado, a constatação de que o rendimento
escolar das crianças estava directamente ligado às deficiências alimentares de muitas famílias,
motivou, em certa altura, a necessidade de se implementar o projecto da “Merenda Escolar”
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do Ministério da Educação, cujos resultados ainda não são de todo conhecidos. De qualquer
modo, no tempo de pandemia, esse projecto deve ser reforçado, sobretudo quando as aulas
forem retomadas. Por outro lado, dever-se assistir a melhores investimentos nas
infraestruturas de telecomunicações e tecnologias de informação (T/TIC), fazendo parte das
prioridades na fase pós-pandemia. A tele-educação poderá vir a ser um instrumento de capital
importância para a manutenção da proximidade virtual entre os intervenientes do processo
ensino-aprendizagem (Oliveira, 2020).
Ameaças e como minimizá-las
Quando se pretende analisar esta vertente da matriz SWOT, temos que ter em
consideração que se trata, tal como a oportunidade, de situações externas ao sistema de
educação, que podem atrapalhar o objectivo do ensino-aprendizagem. De qualquer maneira,
elas têm uma chance de acontecer. Portanto, a actual crise de saúde pode tornar-se um risco
social, que terá consequências duradouras para as crianças de baixa renda familiar (Cohen &
Kupferschmidt, 2020). Para além disso, a epidemia em curso pode levar a uma grave recessão
económica.
As recessões anteriores exacerbaram os níveis de pobreza infantil com duradouras
consequências para a saúde das crianças, bem-estar e resultados de aprendizagem (Cantillon,
Chzhen, Handa & Nolan, 2017). Numa perspectiva política, os legisladores devem apoiar de
forma regular a renda para as famílias com crianças, durante a iminente crise económica para
impedir um aprofundamento e ampliação da pobreza infantil. Antevendo a perda do poder de
compra da população, esem curso a atribuição de uma mensalidade extra às comunidades
mais desfavorecidas, em Angola, paralelamente ao que se faz noutros países africanos. Não se
pode deixar de considerar, também, que a escassez de recursos em famílias numerosas pode
levar ao aumento da violência doméstica, que se deve acautelar e monitorizar. Não se pode
deixar de considerar a clivagem que pode existir entre a decisão de se retomarem as aulas e a
desconfiança por parte dos agentes de educação de que as condições de biossegurança ainda
não estejam suficientemente criadas. A prevenção é a chave para o controlo das ameaças.
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Oportunidades e como aproveitá-las
As oportunidades, em todas as situações da vida, devem ser identificadas e tirar-se
delas o maior proveito. De acordo com Van Lancker & Parolin (2020) a maioria dos países
promoveu um encerramento pandémico das escolas, implementando medidas de
distanciamento social para conter a propagação da infecção e minimizar o impacto do vírus.
No entanto, o encerramento das escolas afectou a educação de 80% das crianças em todo o
mundo. Os pesquisadores verificaram que, pelo facto de as escolas estarem fechadas, por um
longo período de tempo, pode ter provocado consequências prejudiciais sociais e de saúde
para as crianças que vivem na pobreza, exacerbando assim as desigualdades existentes
(Van Lancker & Parolin, 2020).
Nos países de baixa renda, a situação pode ser ainda mais grave, quando se tem em
consideração os altos níveis de pobreza, analfabetismo, habitabilidade precária. Kapata et al.
(2020) relataram que, durante a epidemia do ébola na África Ocidental entre 2014 e 2016, as
estruturas sanitárias apresentavam debilidades para o controlo do surto, tendo-se verificado
altas taxas de trabalho infantil, negligência, abuso sexual e gravidez na adolescência,
registando-se também um número elevado de crianças que nunca mais voltou à escola. Por
outro lado, muitas delas acabaram por sofrer com a falta de acesso à assistência social,
fornecida pela escola, como almoços grátis ou água potável e lavabos. As pessoas, envolvidas
em cuidados de saúde facilitados pela escola como vacinas e serviços de saúde mental,
perderam a provisão da saúde vital (Human Rights Watch, 2020).
O encerramento das escolas foi considerado uma pandemia pela publicação online da
The Lancet, cujo impacto na redução de morte por COVID-19 era discutível (Ferguson et
al., 2020) e os benefícios limitados, quanto à propagação do vírus (Viner, et al., 2020). O
encerramento das escolas e instituições de ensino devia ser feito, tendo em consideração
contextos mais abrangentes, desde a perda de trabalhadores essenciais, as demandas da
assistência à infância, restrições na aprendizagem, socialização e actividade física para os
alunos e os elevados riscos para as crianças mais vulneráveis, inclusive as de baixa renda
(Viner et al., 2020).
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Para os países desenvolvidos, a pandemia ofereceu uma oportunidade para os jovens
desenvolverem e aprimorarem a sua determinação, adaptabilidade e apreciarem o valor da
responsabilidade social e do auto-sacrifício pela protecção dos mais vulneráveis. Os jovens
podem manifestar solidariedade para impulsionar a resposta à COVID-19 nas suas
comunidades. No caso de Angola, as acções colectivas e individuais têm-se multiplicado em
benefício das camadas vulneráveis em lares de terceira idade e orfanatos. Globalmente, as
mulheres representam 70% das pessoas que estão a trabalhar na linha da frente no sector
social e de saúde, como enfermeiras, parteiras, professoras, encarregadas de educação,
empregadas de limpeza e lavadeiras. Isto implica à implementação de estratégias de
mitigação, que visam, especificamente, os impactos sobre a saúde, a educação e a economia
do surto da COVID-19 nas mulheres, apoiando e aumentando a sua resiliência.
Os países em desenvolvimento têm uma oportunidade soberana para formarem
quadros de qualidade e financiar projectos de investigação científica de desenvolvimento
tecnológico e de inovação com enfoque na transformação social e reflexo na qualidade de
vida das populações. Existem programas pertinentes ao nível africano e mundial para a
capacitação dos quadros, não só para o controlo da pandemia, mas também para as áreas a ela
correlacionada, como a educação e o ensino. Nas tabelas 1 e 2, faz-se uma síntese dos
aspectos mais relevantes da análise SWOT nos países em desenvolvimento.
Tabela 1: Síntese da análise SWOT dos factores internos
Factores Internos
Forças
Fraquezas
Experiências acumuladas com os surtos
epidémicos anteriores.
Existência de Normas educativas
nacionais e internacionais para enfrentar
as situações de pandemia.
Investimentos significativos na
vigilância epidemiológica.
Melhor preparação dos técnicos para as
respostas rápidas à pandemia nos
sistemas de saúde africanos.
Solidariedade das instituições africanas e
internacionais para a pesquisa,
treinamento e desenvolvimento de
capacidades para o controlo da
pandemia.
Constrangimentos no sistema de saúde
e educação.
Encerramento das instituições de
ensino.
Exacerbação das desigualdades
sociais.
Dificuldade na implementação das
directivas da UNESCO e da OMS.
Altas taxas de analfabetismo e
fecundidade.
Habitabilidade precária.
Pobreza e subdesenvolvimento.
Fonte: Elaborado pelos autores
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 11-29, 2020
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Tabela 2: Síntese da análise SWOT dos factores externos
Factores
Externos
Ameaças
Desconfiança de que as condições de
biossegurança não estejam
suficientemente criadas para o
retorno às aulas.
Dificuldade de adaptação dos
professores e alunos em situações de
pandemia.
A precaridade das instituições de
ensino.
Possível abandono escolar da
população estudantil.
A eventualidade de recessão
económica e consequente aumento
dos níveis de pobreza.
Escassos recursos das famílias
numerosas e a possibilidade do
aumento da violência doméstica.
Fonte: Elaborado pelos autores
CONCLUSÕES
A pesquisa bibliográfica efectuada permitiu que se fizessem algumas reflexões
relevantes sobre o impacto que a pandemia pode ter sobre a saúde e educação nos países em
desenvolvimento. Pareceu-nos que a ocorrência dum surto de tamanha dimensão mundial
como a COVID-19, pode ter alertado aos decisores das políticas da educação e da saúde para
a gravidade da situação. Assim, as medidas, universalmente aceites (distanciamento social e
encerramento das escolas, entre outras) para mitigar os efeitos negativos da pandemia, exigem
esforços adicionais para a sua completa implementação, quer na educação, quer na saúde. Os
factores de estrangulamento, ainda existentes nos países em desenvolvimento, como o
analfabetismo, a pobreza, a falta de água potável, a habitabilidade precária, a elevada
fecundidade e o saneamento básico inadequado devem ser considerados permanentemente.
Deste modo, garantir-se uma protecção eficaz das crianças e das instituições de ensino.
Porém, o encerramento das escolas deveria ter sido feito gradualmente, com predominância,
onde houvesse maior incidência de casos.
Finalmente, estamos convencidos de que tanto as sociedades civis como os decisores
dos Ministérios da Educação e do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 11-29, 2020
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terão de repensar nos modelos de ensino-aprendizagem e gestão, antecipando a criação de
condições e investindo em novas tecnologias, suportadas em redes de banda larga. A tele-
educação poderá ser um instrumento de eleição para os cenários de pandemia e de
descontinuidade geográfica; permitirá também abafar os efeitos negativos do surto, de modo a
que se retome o curso de crescimento normal.
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License. Ao submeter o manuscrito o autor está ciente de que os direitos de autor passam para a Revista
angolana de extensão universitária.
Recebido em 29 de Abril de 2020
Aceite em 18 de Junho de 2020
Publicado em 20 de Julho de 2020