incubadoras, conhecidas como Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares
(ITCP), transformaram-se no modelo de acção das universidades no combate ao
desemprego e à exclusão por meio de metodologias pensadas para acções de inserção
social e combate à pobreza, com impacto no debate sobre políticas públicas, relações de
trabalho e renda. Essas preocupações impulsionaram o surgimento de várias cooperativas e
da criação posterior de uma rede nacional de ITCPs.
As incubadoras universitárias são lugares plurais que congregam profissionais de
áreas diversas. Elas têm crescido cada vez mais no Brasil e tornado-se importantes
mecanismos de articulação entre a formação de estudantes e a prática. Por meio da
assessoria a grupos populares, são:
(...) espaço de ação e reflexão de extensionistas e pesquisadores, e tem como
missão dar apoio profissional aos grupos que desenvolvem trabalho em conjunto,
proporcionando a estes ou às cooperativas a inserção nas esferas política, social e
econmica. Consiste num esforço para difundir a Economia Solidária, mediante
outra modalidade de disposição produtiva (Cordeiro, Pisicchio, Alves, Batista,
Bansi, Oliveira, Sanches, 2010, p. 109).
Fazem parte destas estruturas professores, pesquisadores, estagiários,
extensionistas, técnicos e voluntários de diversas áreas. Segundo Gallo, Dakuzaku e Eid
(2000) as Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares resultam de uma
perspectiva sociopolítica inovadora que contribui para a preservação e ampliação da
dignidade e cidadania do trabalhador, constituindo-se, dessa forma, num meio para ajudar
trabalhadores a enfrentar as novas formas de precarização do trabalho.
Deste modo, o trabalho das incubadoras está muito ligado à articulação dos
interesses da universidade com os interesses de trabalho da comunidade ou dos grupos de
trabalho já formalizados (normalmente cooperativas e associações). Elas assentam numa
proposta democrática e participativa em sintonia com os princípios do trabalho solidário.
As incubadoras são, portanto, espaços de construção de uma, acção, porém, não
qualquer acção, mas a que visa transformar o mundo social, (real e objectivo), produzindo
uma nova realidade decorrente de uma tarefa que é objectiva e subjectiva, além de a
mesma “poder constituir-se em um espaço importante onde se desenvolvam pesquisas
teóricas e empíricas” (Eid, 2004, p. 168).