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Uso do Facebook Durante o Estado de Emergência pela COVID-19:
Experiência com os Estudantes de Geografia do Instituto Superior de
Ciências da Educação de Benguela
The Facebook Use During the Emergency State by COVID-19: an Experience with
Geography Students at the Higher Institute of Education Sciences of Benguela
El uso de Facebook Durante el Estado de Emergencia por la COVID-19: Experiencia con los
Estudiantes de Geografía del Instituto Superior de Ciencias de la Educación en Benguela
Fernando Vianeque Agostinho
1
Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela
Universidade Katiavala Bwila, Angola
fernandovianeke@gmail.com
Inês Alice Saveta
2
Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela
Universidade Katiavala Bwila, Angola
inesssaveta@hotmail.com
Resumo
Neste artigo apresentam-se os resultados da experiência dos professores e dos estudantes do
2.º e 3.º Anos de Licenciatura em Ensino da Geografia do Instituto Superior de Ciências da
Educação de Benguela, da Universidade Katyavala Bwila, no uso académico do Facebook
durante o estado de emergência pela COVID-19. O objectivo do estudo foi analisar as
potencialidades do Facebook no apoio ao processo de ensino-aprendizagem, como contributo
para a expansão da ferramenta no auxílio ao ensino presencial nas instituições de ensino
superior, em tempos de pandemia. O estudo sustenta-se nos referenciais teóricos que colocam
o Facebook entre as ferramentas mais utilizadas e com resultados importantes na sua
adaptação para o apoio ao ensino presencial, mormente em tempos de crise. Para tal,
elaborou-se um questionário para a recolha de dados, sustentado nas dimensões e indicadores
determinados a partir das considerações teóricas assumidas neste estudo. Os resultados
obtidos colocam o Facebook como a rede social mais utilizada no apoio ao ensino presencial,
não obstante as dificuldades contextuais associadas ao tipo de telefones, na ausência de
computadores ao domicílio, da fraca qualidade de internet e falta constante de saldo de dados,
que limitam a partilha de vídeo-aulas e outros documentos, cingindo-se à exploração das
ferramentas de discussão escrita, o que limita a formação e desenvolvimento de outros
domínios da aprendizagem, como as de fórum psico-motor.
Palavras-chave: Facebook, COVID-19, processo de ensino-aprendizagem.
1
Doutor. Docente do Departamento de Ciências da Natureza. Secretário da Comissão Científica do Mestrado em
Metodologia do Ensino Primário.
2
Mestre. Docente do Departamento de Ciências da Natureza.
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Abstract
This article presents the results of the experience of teachers and students of the 2nd and 3rd
Years of Teaching Degree in Geography at the Higher Institute of Educational Sciences of
Benguela, of the Katyavala Bwila University, in the academic use of Facebook during the
state emergency by COVID-19. The aim of the study was to analyze the potential of
Facebook to support the teaching-learning process, as a contribution to the expansion of this
tool to support Angolan teacher in the higher education institutions, in times of pandemic. The
study is based on the theoretical frameworks that place Facebook among the most used tools
and with important results in its adaptation to support classroom teaching, especially in times
of crisis. For this purpose, a questionnaire for data collection was elaborated, based on the
dimensions and indicators determined from the theoretical considerations assumed in this
study. The results obtained place Facebook as the most used social network in support of
face-to-face education, despite the contextual difficulties associated with the type of phones,
in the absence of computers at home, the poor quality of the internet and constant lack of data
balance, which they limit the sharing of video lessons and other documents, limiting
themselves to the exploration of written discussion tools, which limits the training and
development of other domains of learning, such as the psycho-motor forum.
Keywords: Facebook, COVID-19, teaching-learning process.
Resumen
Este artículo presenta los resultados de la experiencia de docentes y estudiantes de segundo y
tercer año de la Licenciatura en la Enseñanza de Geografía en el Instituto Superior de
Ciencias de la Educación de Benguela, de la Universidad Katyavala Bwila, en el uso
académico de Facebook durante el estado de emergencia por la COVID-19. El objetivo del
estudio era analizar el potencial de Facebook para apoyar el proceso de enseñanza-
aprendizaje, como una contribución a la expansión de esta herramienta para apoyar la
enseñanza presencial en las instituciones de educación superior de Angola, en tiempos de
pandemia. El estudio se basa en los marcos teóricos que colocan a Facebook entre las
herramientas más utilizadas y con resultados importantes en su adaptación para apoyar la
enseñanza en el aula, especialmente en tiempos de crisis. Para este propósito, se elaboró un
cuestionario para la recolección de datos, basado en las dimensiones e indicadores
determinados a partir de las consideraciones teóricas asumidas en este estudio. Los resultados
obtenidos colocan a Facebook como la red social más utilizada en apoyo de la educación cara
a cara, a pesar de las dificultades contextuales asociadas con el tipo de teléfonos, en ausencia
de computadoras en el hogar, la mala calidad de Internet y la constante falta de equilibrio de
datos, lo que limitan el intercambio de lecciones en video y otros documentos, limitándose a
la exploración de herramientas de discusión escritas, lo que limita la capacitación y el
desarrollo de otros dominios de aprendizaje, como el foro psicomotor.
Palabras clave: Facebook, COVID-19, proceso de enseñanza-aprendizaje.
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INTRODUÇÃO
humanidade enfrenta, desde finais de 2019, uma das consequências mais
severas da globalização: a pandemia designada por COVID-19. Os limites
territoriais revelaram-se insuficientes para fazer face à propagação letal do
vírus, com consequências negativas nos domínios económico, social e outros, o que permitiu
a que vários países, incluindo Angola, declarassem Estados de Emergência, com a suspensão
das actividades lectivas presenciais para as instituições de ensino e o consequente isolamento
social da população nos domicílios.
A pandemia COVID-19 veio reforçar os desafios da necessidade da adopção de
alternativas formativas à actividade docente-educativa presencial, que, na realidade educativa
de muitos países, em particular dos países desenvolvidos, constitui uma prática tradicional,
com recurso às ferramentas tecnológicas, construídas com a finalidade docente.
Não obstante à aceleração deste desafio provocado pela pandemia COVID-19, a
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO),
recomendava, na sua Declaração Mundial Sobre a Educação Superior para o Séc. XXI, em
1998, que “as instituições de ensino superior devem dar exemplo em matéria de
aproveitamento das vantagens e potencial das novas tecnologias, [] constituir redes […]
criar novos entornos pedagógicos, […] para que estas tecnologias transformem os
estabelecimentos reais em entidades virtuais” (UNESCO, 1998, p.13).
Na abordagem específica das medidas para atenuar os efeitos da pandemia COVID-19
no processo de formação, a UNESCO (2020) divulgou dez recomendações sobre o ensino
com o recurso às tecnologias como apoio ao ensino presencial, a partir das quais, se destacam
seis, para o propósito do presente estudo:
1 Analise a resposta e escolha as melhores ferramentas: Escolha as tecnologias
mais adequadas de acordo com os serviços de energia eléctrica e comunicações da
sua área, bem como as capacidades dos alunos (…).
2 Assegure-se de que os programas são inclusivos: Implemente medidas que
garantam o acesso de estudantes de baixa renda ou com deficiências (…).
3 Atente para a segurança e a protecção de dados: Avalie a segurança das
comunicações online quando baixar informação (…). Garanta que o uso destas
plataformas e aplicações não viola a privacidade dos estudantes.
A
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5 Organização do calendário: Organize discussões (…) para compreender a
duração da suspensão das aulas e para decidir se o programa deve centrar em novos
conhecimentos ou consolidação de currículo antigo (…).
8 Crie regras e avalie a aprendizagem dos alunos: Defina regras com os (…)
alunos. Crie (…) exercícios para avaliar (…) a aprendizagem (…).
9 Defina a duração das unidades com base na capacidade dos alunos: Mantenha
um calendário de acordo com a capacidade dos alunos se concentrarem sozinhos,
sobretudo para aulas por videoconferência (…) (UNESCO, 2020, p.1).
As recomendações anteriores constituem aspectos importantes para os professores do
ensino superior em Angola na adopção de alternativas para assegurar a gestão do processo de
ensino-aprendizagem das unidades curriculares, em tempos de pandemia, com o recurso às
ferramentas tecnológicas, tendo sempre em consideração o contexto educativo para a sua
utilização efectiva com fins docentes.
No entanto, a utilização das ferramentas tecnológicas para o apoio ao ensino
presencial, suspenso pela pandemia COVID-19, é díspar entre as instituições de ensino
superior africanas. Conforme refere a Associação das Universidades Africanas (AAU), […]
a maioria das universidades africanas ainda não aplicou o ensino e a aprendizagem com o
apoio de tecnologias de informação - isso inclui também algumas universidades que possuem
sistemas de gestão de e-Learning instalados nos seus campi (AAU, 2020, p.2). A Associação
considera que a pandemia constitui uma oportunidade para que as “[…] instituições de ensino
superior se posicionem de forma decisiva para institucionalizar o ensino e a aprendizagem
com base em tecnologias de informação” (AAU, 2020, p.2).
Neste sentido, a AAU divulgou, social no seu comunicado, seis precauções para
encorajar as instituições de ensino superior africanas a tomar as medidas necessárias para
reduzir o impacto da COVID-19, entre as quais, recomenda, na sua terceira enunciação
preventiva, que se deve “Agir com urgência na implementação de métodos alternativos de
ensino e aprendizagem, com recurso à tecnologia e outras técnicas de ensino à distância”
(AAU, 2020, p.2).
No contexto educativo angolano, mormente no Subsistema de Ensino Superior, com a
publicação do recente Decreto Presidencial 59/20, de 3 de Março, que aprova o
Regulamento das Modalidades de Ensino a Distância e Semi-presencial no Subsistema de
Ensino Superior, o país reforça o seu alinhamento às recomendações internacionais e
regionais sobre a aceleração do ensino com o recurso às tecnologias, como medidas de apoio
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ao ensino presencial, uma medida oportuna, em particular em tempos de crise, como o da
pandemia COVID-19.
No Diploma (Decreto Presidencial 59/20, de 3 de Março), define-se o ensino semi-
presencial como “[…] uma modalidade auxiliar ao Ensino Presencial, em que o processo de
ensino-aprendizagem ocorre intermitentemente na interacção presencial entre estudantes,
professores e demais actores, por mediação de utilização de ferramentas de informação e
outros meios de comunicação” (Ponto 1, do artigo 22º), a partir da sua estrita relação com
“[…] os planos curriculares e programas do Ensino Presencial, que são adaptados a esta
realidade” (Ponto 2, do artigo 22º).
Em muitas instituições de ensino superior angolanas, com a interrupção repentina das
actividades lectivas, por ocasião da COVID-19, foi insuficiente o nível de orientações
metodológicas para a adopção imediata do uso das tecnologias no apoio ao ensino presencial.
Assim, durante o período de isolamento social, aumenta ainda mais o desafio do uso,
pelos docentes, de alternativas tecnológicas que podem ser usadas com finalidade educativa, a
partir da prévia negociação com os estudantes, para responder à interacção académica virtual,
o que tem merecido o devido encorajamento a partir da tutela do Ensino Superior, referindo-
se como uma “[…] oportunidade para privilegiar o atendimento digital, a comunicação
electrónica e para usar as plataformas digitais de apoio ao ensino presencial” (Sambo, 2020,
p.1). Entre as ferramentas de apoio ao ensino presencial estão as redes sociais.
A consulta realizada aos vários autores que se dedicaram à investigação sobre o
aproveitamento das redes sociais na actividade docente-educativa permitiu constatar que,
além da sua função tradicional, as redes sociais como ferramentas tecnológicas para []
expandir contactos, expor ideias e se relacionar com indivíduos de diversas regiões e
localidades diferentes, formando assim grupos de amigos” (Junqueira, Filho, Lopes, Sousa &
Fonseca, 2014, p.4), o seu uso como apoio ao ensino presencial está bastante consolidado,
mormente no contexto do ensino superior, com experiências interessantes (Dias, Bittencourt,
Silva, Bittencourt & Júnior, 2012; Herrera, 2013; Colás, Conde & Martín, 2015; González,
Lleixà & Espuny, 2016; Rámila & Martinell, 2016; UNESCO, 2020). Estas contribuições
reflectem o uso cada vez crescente das redes sociais como apoio ao ensino presencial.
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Um estudo realizado por Dias, Bittencourt, Silva, Bittencourt e Júnior (2012) relativa à
percepção de alunos e professores sobre o uso das redes sociais no processo do ensino-
aprendizagem, em ambientes formais, numa instituição universitária brasileira, permitiu
constatar que 83% dos alunos concordam que as redes sociais podem ajudar no aprendizado
durante o curso, e 90% dos professores concordam que as redes sociais podem ou poderiam
ajudar no aprendizado, onde se destaca a rede social Facebook como a mais utilizada. Estes
critérios constituem um desafio, no contexto educativo angolano, para que as redes sociais
sejam aproveitadas e adaptadas para o contexto de ensino-aprendizagem.
No mesmo sentido, uma investigação realizada por Herrera (2013), a partir de uma
instituição universitária mexicana, constatou que “o acelerado crescimento das redes sociais
nas preferências dos estudantes contrasta com o lento crescimento no uso das plataformas
educativas como o Moodle (Herrera, 2013, p.1). Este autor verificou que, “[…] 63,44% dos
estudantes nunca utilizou plataformas educativas e somente 21,30% utilizaram o Moodle, que
é a plataforma institucional do Campus” (Herrera, 2013, p.3).
Para Herrera (2013, p.4), “apesar dos esforços da Reitoria […], é lamentável que o
grande potencial das aulas virtuais não se tenha generalizado […] em parte, devido ao baixo
nível de utilização e […] pela apatia ou desinteresse de muitos professores […]”, aspecto que
se reflecte e constitui um desafio a considerar para o contexto das instituições de ensino
superior angolanas, no momento de implementar e generalizar as plataformas educativas
virtuais, como recursos de apoio ao ensino presencial.
O autor anterior refere que a alternativa encontrada foi modificar o paradigma de levar
as aulas virtuais aos estudantes, utilizando para o efeito as redes sociais, visando fortalecer o
contacto e a interacção em alternativa às aulas virtuais por Moodle, o que “[…] permitiu
aproveitar não os recursos tecnológicos e aplicações que oferecem estes entornos, mas,
também, ofereceu oportunidade de aproximar a aula aos estudantes” (Herrera, 2013, p.13),
como uma oportunidade para a sua generalização no contexto do aproveitamento docente.
Na mesma perspectiva, Colás, Conde e Martín (2015) constataram no seu estudo sobre
as redes sociais no ensino universitário e o seu aproveitamento didáctico a partir de uma
instituição universitária espanhola, a contradição entre a percentagem muito elevada de
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estudantes universitários que está familiarizada com as redes sociais e o baixo aproveitamento
didáctico e educativo das mesmas pelas instituições universitárias. Nesta investigação,
referem que uma das explicações poderia estar no facto de que as redes sociais “[…] não se
lhes aplica uma funcionalidade específica e carecem, em muitos casos, de uma planificação
estratégica que oriente as aplicações no âmbito formativo […]. O seu uso focaliza-se, de
preferência, em torno de actividades sociais fora do âmbito académico” (Colás, et al., 2015,
p.106).
As redes sociais, nas tarefas docentes “[…] rompem […] os limites do processo
educativo presencial (espaços e tempos) […], através da interacção comunicativa fluida”
(Colás, et al., 2015, p.114). De outro modo, as redes sociais permitem a que os estudantes
interajam com o professor a qualquer momento, não importando a posição geográfica ou
temporal de cada actor do processo de ensino-aprendizagem, o que possibilita assumir que
estas sejam, como referem Colás, et al. (2015), amplificadoras que intervêm na interacção
professor-estudante, transformando as suas possibilidades comunicativas e educativas.
A partir dos pressupostos anteriores, os autores desta investigação, como professores,
ao depararem-se com a suspensão das actividades lectivas presenciais decorrentes da
pandemia COVID-19, e a necessidade da busca de alternativas que auxiliassem o processo de
ensino-aprendizagem, realizaram um estudo exploratório que permitiu constatar que a maioria
dos estudantes de Licenciatura em Ensino da Geografia, do 2.º e 3.º Anos, do Instituto
Superior de Ciências da Educação (ISCED) de Benguela, possuía uma página no Facebook,
individual ou em grupos.
Deste modo, por negociação com os estudantes, adoptou-se o Facebook como ferramenta
tecnológica de apoio à actividade docente-educativa presencial. A presente investigação
constitui uma experiência vivencial do uso do Facebook com os estudantes, como alternativa
tecnológica para o apoio ao ensino presencial, que se revela fundamental, como por exemplo,
em tempos de pandemia como é o da COVID-19.
A rede social Facebook, suas adaptações para fins docentes: vantagens e desafios
Qualquer professor que tenha uma conta na rede social Facebook pode visualizar um
número considerável de estudantes como amigos em comum e estes, por sua vez, também
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com os seus amigos, numa infinidade de conexões que apenas encontram limitação no
número de contactos que cada página deve ter, impostos pela própria ferramenta, o que
reforça a que esta seja uma das redes sociais mais populares da actualidade.
Segundo Diaz e Ignácio (2014), o Facebook é uma das redes sociais que mais cresce
no mundo. Desenvolvida pelo norte-americano Mark Zuckerberg em 2004, para criar um
espaço de conexão e comunicação entre os estudantes da Universidade de Harvard (EUA), na
altura, ele, estudante universitário. Desde a sua criação o Facebook “(…) rapidamente se
expandiu para todo o mundo. Além de possibilitar a conexão entre pessoas de diferentes
espaços geográficos, o compartilhamento de informações e a interactividade de forma
dinâmica e envolvente, ele agrega variados recursos digitais” (Diaz & Ignácio (2014, p.7).
Para o fundador do Facebook, “[…] a plataforma trabalha com um conceito de
distribuição onde ao se conectar com seus amigos um indivíduo forma um diagrama social
que integra a rede e é usado para distribuir todo tipo de informação” (Kirkpatrick, 2011, cit.
em Fumian & Rodrigues, 2013, p.174). Com a expansão do Facebook também houve
incremento na difusão das suas adaptações para diferentes fins.
No contexto educativo, como referido na abordagem introdutória do presente estudo, o
uso do Facebook com o fim docente também vem crescendo, na convicção de que se o
estudante está sempre nas redes sociais, então se pode aproveitar a sua presença nesta rede
social para interagir com o professor e com os seus pares, ao mesmo tempo que pode
consultar o material didáctico, resolver actividades práticas ou expor inquietações de
determinado objectivo de aprendizagem não compreendido suficientemente nas aulas
presenciais. Estas possibilidades do Facebook levaram a que, em muitos contextos
educativos, se constituísse uma ferramenta de apoio ao ensino presencial. Como se refere em
Diaz e Ignácio (2014, p.7),
No mundo todo, muitos educadores reconhecem os benefícios positivos da rede
social para a aprendizagem dos alunos e já pensam em possibilidades para integrá-
las em seu currículo nacional. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Ministério da
Educação, através do Plano Nacional de Educação em Tecnologia de 2010, já
aconselha a aplicação das tecnologias avançadas usadas quotidianamente tanto na
vida pessoal quanto na profissional, em todo o sistema educacional para melhorar a
aprendizagem dos estudantes.
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As possibilidades do Facebook como rede social a considerar como alternativa de
apoio ao ensino presencial deve-se a que, “a facilidade de acesso a um ambiente comum e de
interesses comuns, entre professores e alunos possibilita uma maior difusão do conhecimento
e interacção social” (Dias, Bittencourt, Silva, Bittencourt & Júnior, 2012, p.4), o que permite
uma grande fluidez de interacção, sobretudo quando a conexão em internet é estável.
Da análise teórica das funcionalidades do Facebook como ferramenta de apoio às
actividades docente-educativas, encontraram-se várias reflexões de experiências de utilização
didáctica, que justifica o desenvolvimento de aulas com o recurso ao Facebook pelas
seguintes razões:
a) Os estudantes, em geral, tinham uma ampla experiência no uso do Facebook, pelo
que, a curva de aprendizagem seria quase nula;
b) A possibilidade que oferece o Facebook para formar grupos de usuários;
c) O Facebook conta com uma tradição natural para o uso de fotografias e vídeos,
recursos que possuem um grande potencial didáctico;
d) O Facebook também facilita a comunicação escrita através de ferramentas como
o chat, mensagens individuais ou colectivos, últimas notícias, etc;
e) A possibilidade de organizar e programas eventos;
f) A facilidade de incorporar outras aplicações directas ou em linha, como o Docs de
Facebook (…) que permite subir documentos Word, Excel, PowerPoint, Pdf, entre
outros e coloca-los à disponibilidade a um grupo seleccionado de usuários;
g) A crescente disponibilidade de telefones celulares com acesso directo às redes
sociais, em especial o Facebook, Twitter, Youtube, que contribui ao u-learning
(Herrera, 2013, p.7).
Nesta investigação assumem-se os pressupostos anteriores que incorporam ao
Facebook um valor didáctico importante para o apoio ao processo de ensino-aprendizagem,
ao considerar que, a mesma permite:
a) Criar grupos privados de interacção académica, com o controlo sobre os
membros do grupo. O que permite que se partilhem os objectivos de aprendizagem
esperados, os conteúdos; se diversifiquem os métodos em função da participação dos
estudantes, se compartilhem documentos e links para complemento às tarefas docentes;
b) Facilita os procedimentos de avaliação e de feedback, a partir da interacção
professor-estudante, professor-grupo, estudante-estudante ou estudante-grupo a partir da
página, monitorando e exercendo níveis de ajuda pedagógica para o alcance dos
objectivos de aprendizagem.
c) Permite monitorar a progressão das aprendizagens nos domínios cognitivo e
afectivo, embora resulte limitado monitorar o desenvolvimento do domínio psico-motor,
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por exemplo, para as unidades curriculares de Geografia, a localização ou interpretação
de determinado objecto, fenómeno ou processo geográfico com o recurso aos mapas
geográficos, que pode ser resolvida com as actividades docentes presenciais.
No contexto angolano, à semelhança do resto do mundo, o uso do Facebook atingiu
números expressivos, associado à crescente utilização de telemóvel, computador e a expansão
de internet, essenciais para o funcionamento pleno da rede social, apesar de ainda constituir
um desafio para o alcance de uma cobertura que facilite a generalização da utilização da rede
social no contexto de ensino-aprendizagem.
Os resultados do Censo realizado em Angola, em 2014, referem que, em relação ao
uso das tecnologias de informação e comunicação, nos 12 meses anteriores ao estudo, 37,5%
da população angolana com 5 ou mais anos de idade utilizou o telefone celular, apenas 10,2%
utilizou a Internet, e 9,9% utilizou computador (INE, 2016, p.58). No mesmo sentido, em
2018, Angola contava, segundo o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), com
“[…] 13 milhões de utilizadores de telemóvel, quatro milhões dos quais com acesso a
internet” (Lusa, 2018).
Não obstante a rede social Facebook ser compatível com a maioria dos telefones
celulares, a sua exigência para a utilização com fins docentes, que permita a visualização de
documentos em formatos Word, Excel, PowerPoint, Pdf, etc., entre os estudantes
universitários permite considerar que exista um número relativamente baixo de usuários com
disponibilidade de telemóveis com a compatibilidade plena para o cumprimento das
exigências para esta finalidade, o que, para superar essas limitações, as publicações e
comentários escritos, se afigurem entre os mais utilizados num contexto de extrema
necessidade de telefones cada vez mais inteligentes. Quanto à disponibilidade de Internet e
sua relação com o uso das redes sociais, mormente o Facebook, é cada vez mais crescente o
número de utilizadores em Angola. Neste sentido,
Um estudo da empresa MF Press Global revela que o número de utilizadores de
redes sociais também cresceu no país, sendo que as mais utilizadas são o Facebook,
com 83 por cento, o Youtube, com 4.62 por cento, e o Instagram, com 2,5 por cento.
Em termos comparativos, refere o estudo recente dessa empresa de comunicação,
Angola está à frente de países como Moçambique e Guiné-Bissau, mas ainda perde
para Guiné Equatorial, com 21,3 por cento da população com acesso à internet (Neto
& Dias, 2019).
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Por circunstância da pandemia COVID-19, as redes de telefonia móvel anunciaram a
liberalização de um pacote mensal gratuito de saldo de voz e dados (até 200 megabytes) para
as redes Movicel e Unitel, durante o estado de emergência (Agência Angola Press, 2020;
Unitel, 2020), medidas que se consideram que podem auxiliar os estudantes universitários no
acesso às ferramentas tecnológicas de interacção académica para o apoio ao ensino presencial.
À dinâmica crescente do uso do Facebook em Angola associa-se, ainda, o facto de, na
actualidade, o acesso a esta rede social ser, também, grátis (Cognitivo, 2014; Jorge, 2015), o
que, apesar de se reportarem vários constrangimentos, assume-se que esta gratuitidade
também influenciou no uso cada vez crescente desta rede social entre os usuários, em
particular, entre os estudantes de nível superior. Apesar da facilidade do uso do Facebook por
meio de telefones celulares, o uso desta rede social com fins docentes é facilitada quando o
acesso se por intermédio do computador. A facilidade deve-se à interacção com os
materiais didácticos nos vários formatos do Microsoft Office.
No entanto, como se referiu, apenas 9,9% da população angolana utilizava o
computador segundo dados do Censo 2014. Apesar de mais de 5 anos desde a publicação dos
dados censitários, este aspecto constitui um grande constrangimento aos estudantes devido ao
número baixo de disponibilidade do computador nos seus domicílios, o que se considera que
muitos estudantes universitários angolanos, em aulas presenciais, recorram com frequência
aos cybers para a informatização de trabalhos orientados pelos professores.
Por exemplo, numa investigação sobre “os reptos do ensino dos Sistemas de
Informação Geográfica: uma experiência a partir do ISCED de Benguela, Angola”, foi
possível constatar que entre os 34 estudantes, que constituíram a amostra de investigação,
apenas 44,12% referiram que possuem computadores, encontrando-se estudantes que
recorrem à alugueres de computadores para a elaboração de projectos durante o trabalho
autónomo (Vianeque & Bendrau, 2018). Este constrangimento constitui um dos desafios na
adopção do Facebook com fins docentes, em tempos de pandemia, como a COVID-19,
devido às circunstâncias de isolamento social do estudante.
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Objectivo da pesquisa
Analisar as potencialidades do Facebook no apoio ao processo de ensino-
aprendizagem, como contributo para a expansão da ferramenta no auxílio ao ensino presencial
nas instituições de ensino superior, em tempos de crise como o da COVID-19.
METODOLOGIA
A investigação realizada seguiu uma abordagem de tipo misto, que integra dados
qualitativos e quantitativos num mesmo estudo, para a obtenção de uma melhor compreensão
do fenómeno investigado (Sampieri, Fernández & Baptista, 2006).
Para a recolha dos dados, recorreu-se ao inquérito por questionário, que consiste “[…]
num conjunto de perguntas sobre uma ou mais variáveis a medir” (Sampieri, Fernández &
Baptista, 2006, p.309). Assim, para a constatação do “Uso do Facebook na actividade docente
durante o estado de emergência pela COVID-19: experiência com os estudantes de Geografia
do Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela, Angola”, como variável desta
investigação, a mesma foi decomposta em partes, derivando-se as dimensões e indicadores da
variável a investigar (Cazau, 2004; Carballo & Guelmes, 2016).
A partir da operacionalização da variável da investigação (Tabela 1), permitiu
elaborar-se o inquérito por questionário aplicado aos estudantes do 2.º e 3.º Anos de
Licenciatura em Ensino da Geografia do ISCED de Benguela, para analisar as suas
experiências vivenciais no uso do Facebook na actividade docente durante o estado de
emergência em decorrência do impacto da pandemia COVID-19, como contribuição para a
adopção de propostas que visem a melhoria e a expansão desta ferramenta como alternativa
de apoio ao ensino presencial nas instituições de ensino superior angolanas.
Tabela 1: Dimensões e indicadores para a análise da experiência vivencial dos
professores e dos estudantes no uso do Facebook na actividade docente durante o estado de
emergência
Dimensões
Definição operacional
Indicadores
D1 Tecnológica
Esta dimensão está relacionada com
os aspectos técnicos que asseguram o
acesso à rede social Facebook, que
influenciam no seu efectivo uso pelo
I1-Grau de utilização do Facebook em
relação a outras redes sociais.
I2-Nível de acesso à rede social em
função do sinal internet e tipo de
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Fonte: Elaboração própria
A população desta investigação foi constituída por 134 (100%) estudantes do e
Anos, da opção formativa de Licenciatura em Ensino da Geografia do ISCED de Benguela,
referentes ao ano académico 2020, sendo: 48 (35,82%) estudantes do 2º Ano período Regular;
55 (41,04%) estudantes do Ano, período Regular, e; 31 (23,14%) estudantes do Ano, do
período Pós-laboral.
O estudo foi realizado durante a vigência do Estado de Emergência pela COVID-19
com o conseqüente confinamento social dos professores e estudantes. Assim, devido à
impossibilidade de acesso físico ao grupo estudantil, recorreu-se à amostragem por
conveniência onde são seleccionadas [] as unidades de acordo à conveniência ou a
acessibilidade do investigador” (Tamayo, 2001, p.13).
O inquérito por questionário foi partilhado com os estudantes, através da ferramenta
Facebook, no mês de Abril de 2020. Deste processo, responderam ao inquérito 84 estudantes,
o que representa 62,69% do colectivo de estudantes que integraram as actividades docentes,
sendo: 29 (34,52%) dos estudantes do 2.º Ano período Regular; 32 (38,10%) estudantes do 3
Ano, período Regular, e; 23 (27,38%) estudantes do 3º Ano, do período Pós-laboral.
Após à aplicação do questionário, procedeu-se o seu processamento, com o recurso ao
software Excel, para a quantificação das respostas e logo em seguida, a transcrição e
interpretação das respostas das perguntas abertas. Finalmente, procedeu-se à análise dos
conteúdos das respostas com base nos critérios teóricos assumidos, com a posterior discussão
dos resultados da investigação em função das dimensões e indicadores da investigação.
estudante.
equipamento utilizado.
D2 Educativa
Esta dimensão está relacionada com
os aspectos ligados à interacção
professor-estudante-grupo durante as
actividades didácticas através da rede
social Facebook.
I1- Grau de contribuição do Facebook
à aprendizagem e sua relação com os
professores e colegas.
I2-Nível de dificuldades no uso do
Facebook para a aprendizagem.
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119
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta secção expõem-se os resultados da experiência vivencial dos professores e
estudantes de Geografia, do Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela, Angola,
no uso do Facebook na actividade docente durante o estado de emergência pela COVID-19, a
partir das dimensões e indicadores que foram assumidos na investigação.
Descrição da experiência de interacção académica entre professores e estudantes pela
rede social Facebook durante a pandemia COVID-19
No dia 19 de Março de 2020, quinta-feira, com apenas 13 dias do arranque do ano
académico 2020, era publicado o Decreto Executivo nº 02/20, de 19 de Março, da Ministra do
Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, a anunciar, no seu artigo 1.º, a suspensão
das actividades lectivas por 15 dias prorrogáveis automaticamente, em função do
comportamento global da COVID-19, com efeitos a partir de 24 de Março, segunda-feira da
semana seguinte. O referido Decreto Executivo determinava, no seu artigo 2.º, que “Durante a
suspensão das actividades lectivas, os estudantes devem realizar trabalhos académicos
determinados pelas instituições de ensino superior” (Artigo 2º do Decreto Executivo nº 02/20,
de 19 de Março).
Sem tempo lectivo de intercâmbio didáctico-presencial com os estudantes relativo à
orientação de tarefas docentes para o período de confinamento social, os autores desta
investigação, como professores, aproveitaram a sua experiência no uso quotidiano das redes
sociais para apostar na interacção com os estudantes na criação dos grupos privados de
interacção académica virtual.
Para a interacção académica com os professores através da rede social Facebook,
foram criados três grupos privados por anos curriculares, 2º Ano Regular, 3º Ano Regular e
Ano Pós-laboral. Foi interessante constatar que os estudantes mantinham a interacção entre
pares por intermédio de grupos privados na rede social Facebook. Constatou-se, ainda, que a
maioria dos estudantes assumia possuir uma conta no Facebook, aspecto que facilitou a
eleição desta rede social para a sua adaptação com fins docentes.
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
120
No dia 25 de Março de 2020, iniciava-se o aperfeiçoamento das páginas existentes e a
sua depuração, que consistiu na eliminação de estudantes estranhos ao ano curricular, e para o
Ano do período Regular e o Ano do período Pós-laboral criaram-se novas páginas sob
coordenação dos professores, com a consequente transferência dos contactos do respectivo
grupo do ano curricular. Iniciava-se a expansão da lista de amigos no Facebook, para o
adicionamento ao grupo privado de interacção académica.
De modo a facilitar a planificação, pelos estudantes, das demais unidades curriculares
do seu curso, decidiu-se adoptar a interacção online com os estudantes nos mesmos horários
presenciais, com a submissão prévia da tarefa docente estruturada em: objectivos de
aprendizagem, temáticas de abordagem, questões de discussão, sugestões didácticas,
referências e links de consulta complementar, e, em alguns casos, o conteúdo mínimo para
auxiliar as questões de discussão virtual. Pelos estudantes, foi notório o nível de participação
e o esforço na resolução das questões e a discussão de tarefas docentes problemáticas, entre
pares, cujas experiências vivenciadas se sintetizam na Tabela 2.
Tabela 2: Experiência vivencial dos professores por dimensões e indicadores
Dimensões
D1
I1
I2
A maioria dos estudantes utiliza
o Facebook, o que facilitou a
eleição desta rede social para a
sua adaptação com fins
docentes;
A maioria dos estudantes
apresentou o domínio no uso
das ferramentas do Facebook,
em particular na submissão de
comentários escritos, na
consulta aos links para acesso à
bibliografia complementar,
atribuição de gostos nas
publicações dos professores e
na interacção entre pares, para a
resolução de actividades
docentes.
A maioria dos estudantes apresenta dificuldades
de se manter online, devido ao fraco sinal
internet, em particular na promoção de fóruns de
discussão;
Os professores têm inúmeras dificuldades na
submissão de vídeo-aulas, upload de documentos
(e o download dos mesmos pelos estudantes)
word, powerpoint, pdf e imagens, devido ao
baixo sinal de internet, tendo recorrido, apenas, a
mensagens escritas publicáveis, e fóruns de
discussão online, sempre que possível, por
comentários escritos;
Muitos estudantes relataram que recorrem aos
telemóveis dos seus parentes para participarem
das actividades académicas, justificando que os
seus telemóveis eram incompatíveis com as
exigências impostas pela interacção com os
professores.
D2
I1
I2
O recurso aos comentários
escritos, devido ao fraco sinal
Limitações dos professores no acompanhamento
do processo de formação e desenvolvimento de
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
121
Dimensões
de acesso à rede, contribuiu nos
fóruns de discussão entre os
professores e estudantes e entre
pares, quer directamente a partir
da página, quer a partir do chat
privado com o professor.
habilidades práticas e profissionais, por exemplo,
associadas à leitura e interpretação de objectos,
fenómenos e processos geográficos, que
implicam o recurso aos mapas, que seriam
mitigados com o recurso a vídeo-aulas,
impossível devido às limitações de conexão
contextual.
Fonte: Elaboração própria.
Os resultados da experiência vivencial dos professores na interacção académica com
os estudantes através da rede social Facebook durante a pandemia COVID-19 ratificam os
referenciais teóricos assumidos, que se operacionalizam nas dimensões e indicadores da
investigação. Deste modo, na dimensão tecnológica, ressalta-se, por exemplo, os pressupostos
relativos à escolha de tecnologias mais adequadas à realidade contextual e à capacidade dos
estudantes (UNESCO, 2020), em função da experiência dos estudantes no uso do Facebook.
Na dimensão educativa, referencia-se, por exemplo, a facilidade do Facebook na
formação de grupos de usuários, a comunicação escrita através de ferramentas como o chat,
mensagens individuais ou colectivos (Herrera, 2013), que se considerou fundamental na
interacção académica das unidades curriculares, não obstante as dificuldades de acesso devido
ao fraco sinal internet, que se considera que afectou a exploração detalhada das
potencialidades didácticas da rede social Facebook.
Descrição da experiência dos estudantes de Geografia no uso do Facebook durante o
Estado de Emergência pela COVID-19
Com o propósito de analisar a experiência vivenciada pelos estudantes do 2.º e 3.º
Anos de Geografia, do Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela, Angola, no
uso do Facebook na actividade docente durante o Estado de Emergência pela COVID-19, a
seguir apresentam-se os resultados, com a respectiva análise e discussões com base nos
critérios teóricos assumidos, a partir das dimensões e indicadores da investigação.
Em relação à questão: qual é a rede social de que você participava antes do Estado de
Emergência em Angola, face o COVID-19? Os resultados desta questão são os que se
ilustram na tabela 3:
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
122
Tabela 3: Redes sociais mais utilizadas pelos estudantes antes da pandemia
Redes sociais
Sim
%
Não
%
Twitter
2
2,38
82
97,62
Facebook
79
94,05
5
5,95
WhatsApp
13
15,48
71
84,52
Viber
8
9,52
76
90,48
Skype
3
3,57
81
96,43
Orkut
0
0,00
84
100,00
Instagram
4
4,76
80
95,24
Outras
0
0,00
84
100,00
Fonte: Elaboração própria.
Os resultados referem que antes do estado de emergência provocado pela COVID-19,
94,05% dos estudantes utilizava a rede social Facebook, com uma diferença de 79% em
relação ao uso da segunda rede social, o WhatsApp com 15,48%, seguindo-se o Viber, o
Instagram, o Skype e o Twitter.
Os resultados ratificam o elevado grau de utilização do Facebook pelos estudantes em
relação às demais redes sociais. Fazendo uma triangulação com os referenciais teóricos
assumidos neste estudo, este resultado permite aferir que este nível de utilização tenha relação
com o facto do acesso ao Facebook ser grátis e compatível com a maioria dos telefones
celulares (Cognitivo, 2014; Jorge, 2015), que, por exemplo, o acesso à rede social
WhatsApp e outros aplicativos se efectiva, apenas, com a conexão estável de internet. Este
aspecto reforça o recurso ao Facebook devido à sua facilidade de acesso em função do sinal
internet e tipo de equipamento utilizado.
Sobre a questão sobre: o uso do Facebook, durante o período de emergência, facilitou
o seu aprendizado? De acordo com os resultados da investigação a 84 estudantes, 64,29%
afirmou que Sim, 21,43% Não, e 14,29 responderam que contribuíram de forma parcial. Os
resultados positivos se relacionam com as alternativas adoptadas com vista a melhoria do
nível de acesso à rede social em função do sinal internet e tipo de equipamento utilizado, o
que permitiu priorizar as mensagens de texto em detrimento de vídeo-aulas e submissão de
documentos, que não seriam visualizados de forma adequada. De certo modo, esses resultados
ratificam os critérios de que é possível transformar o Facebook numa ferramenta
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
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amplificadora da aprendizagem como apoio ao ensino presencial (Dias et al., 2012; Herrera;
2013; Colás, et al., 2015).
Referente à questão sobre: em que aspecto o Facebook, contribuiu no seu aprendizado,
durante o período em referência? Os resultados são os que se expressam na tabela 4:
Tabela 4: Contribuição do Facebook, no aprendizado durante o Estado de Emergência
pela COVID-19
Opção de contribuição
Sim
%
Não
%
a) Na produção de conhecimentos
51
60,71
33
39,29
b) Na interacção entre pares
76
90,48
8
9,52
c) Maior relacionamento com o (a) professor (a)
81
96,43
3
3,57
d) Rapidez nas informações
36
42,86
48
57,14
e) Rapidez nas respostas das actividades didácticas
29
34,52
55
65,48
f) Ampliação da rede de contactos
69
82,14
15
17,86
g) Maior facilidade de obter os materiais das disciplinas
33
39,29
51
60,71
h) Houve pouca contribuição na totalidade
9
10,71
75
89,29
Fonte: Elaboração própria.
Os resultados referem que, dos 84 estudantes inquiridos, uma percentagem superior a
65% dos estudantes considera que o Facebook contribuiu na produção de conhecimentos, na
interacção entre pares, no maior relacionamento com os professores e na ampliação da rede de
contactos, que se considera que ratifica as posições assumidas nesta investigação acerca das
possibilidades desta ferramenta para a sua adaptação com a finalidade docente (Diaz &
Ignácio, 2014; Herrera, 2013), com um grau aceitável de contribuição do Facebook à
aprendizagem e sua relação com os professores e estudantes, para o apoio ao ensino
presencial.
No entanto, se considera preocupante a baixa selecção das opções relativas à: rapidez
nas respostas das actividades didácticas, maior facilidade de obter os materiais das disciplinas,
que são os aspectos vivenciados pelos autores desta investigação, os quais se assumem que
estejam relacionados com as limitações de acesso à rede social Facebook para a submissão de
conteúdos multimédia e documentos de texto, devido aos problemas de conexão e às
limitações do seu download pelos estudantes, que podem condicionar o uso do Facebook para
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
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a aprendizagem. Esses aspectos precisam ser ponderados para efeitos de generalização do uso
deste tipo de ferramentas tecnológicas.
Sobre a questão: que constrangimentos foram causados pelo uso do Facebook nas
aulas do curso de Geografia, no período de emergência? Os resultados a esta pergunta
ilustram-se na tabela 5:
Tabela 5: Constrangimentos vivenciados pelos estudantes durante o uso do Facebook para a
interacção académica
Constrangimentos
Sim
%
Não
%
a) Incompatibilidade de alguns telemóveis
48
57,14
36
42,86
b) Recursos financeiros para aquisição de saldo de dados
da Internet
71
84,52
13
15,48
c) Acesso a rede de Internet
81
96,43
3
3,57
d) Disponibilidade do tempo do usuário para o
desenvolvimento das actividades
23
27,38
61
72,62
e) Interacção indirecta com os professores e colegas
67
79,76
17
20,24
f) Pouca percepção das questões colocadas
41
48,81
43
51,19
g) Limitação na exposição do conteúdo
33
39,29
51
60,71
h) Falta de vídeo-aulas dos professores
84
100,00
0
0,00
i) Dificuldades de baixar os conteúdos para a resolução
das tarefas docentes
73
86,90
11
13,10
Fonte: Elaboração própria.
Os resultados ilustrados na tabela anterior referem que, dos 84 estudantes pesquisados,
assinalaram entre os principais constrangimentos, por ordem decrescente das percentagens:
falta de vídeo-aulas dos professores, acesso a rede de internet, dificuldades de baixar os
conteúdos para a resolução das tarefas docentes, recursos financeiros para aquisição de saldo
de dados da internet, interacção indirecta com os professores e colegas, e incompatibilidade
de alguns telemóveis. Não obstante os aspectos positivos referidos, os resultados ratificam
o nível de dificuldades dos estudantes no uso do Facebook para a aprendizagem, devido aos
constrangimentos tecnológicos que tiveram a sua afectação na dimensão educativa.
Estes resultados permitem considerar que o recurso às ferramentas tecnológicas como
a rede social Facebook com fins docentes deve estar acompanhado com medidas de políticas
que facilitem o acesso e a fluidez de navegação, para que se aproveitem todas as
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
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potencialidades das tecnologias para a aprendizagem, desde a partilha de conteúdos
multimédia, imagens e documentos em vários formatos elegíveis (Herrera, 2013), de modo a
não limitar-se, apenas, a um dos seus recursos, a publicação de mensagens de texto, que
contribuem no nível de dificuldades no uso do Facebook para a aprendizagem dos conteúdos
das unidades curriculares.
Em relação à questão: 5. Para o melhoramento das actividades docentes, com recurso
às redes sociais (Facebook) que sugestões darias? Entre os critérios emitidos pelos estudantes,
destacam-se os seguintes:
(…) Sou de opinião que se estipulasse um horário fixo através do carregamento de
telefone, na falta de energia sobre tudo para nós, do interior (Cubal, Ganda...)
(Estudante A3).
Na minha opinião vejo que este método de aulas é bom, mas ainda não é melhor,
porque chega a ser prejudicial para quem não tem acesso aos dados e internet para
estar próximo com a realidade, e por outro lado, o tempo de aulas neste tipo de
sistema deve ter um limite estabelecido (ou horário) esta é a minha opinião
(Estudante A7).
Fazer acompanhar o conteúdo com exemplos e procurar saber se entendimento
por parte dos estudantes. Sempre que for possível, deixar sempre um vídeo com a
explicação do professor acompanhado sempre com exemplos (Estudante A9).
(…) Visto que temos pouca experiência, nas aulas virtuais Facebook, o professor
deve ser mas exigente em termos da nossa participação. De modo a não distrairmos
as nossas atenções durante as aulas (Estudante A11).
Na verdade, as aulas presencialmente e virtualmente, as virtuais são mais cansativas,
e digo por mim que as vezes não consigo ficar tanto tempo em frente ao telefone, e
lendo tanto a cabeça i muito…gostaria também que ajudassem a esclarecer as
questões deixadas como actividades (Estudante A35).
Sugeria que o Ministério das Telecomunicações melhorasse aa qualidade de internet
(…) (Estudante A67).
Não tenho muito a sugerir, tenho a dizer que o Facebook não é um meio viável
para a avaliação, apenas para debates e partilhas de opiniões devido as inúmeras
desvantagens que ela apresenta, nem sempre temos dados e a internet é muito baixa
(Estudante A81).
Os critérios dos estudantes confirmam, por um lado, o esforço vivenciado na
adaptação do Facebook para a actividade docente-educativa quando utilizavam esta
ferramenta tecnológica fundamentalmente para a interacção com os seus amigos mas que, o
uso desta rede social, em comparação com outras ferramentas, facilitou a adaptação estudantil
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
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e elevou o interesse em prosseguir com o seu uso mesmo em períodos de pós-confinamento
social, o que reforça, também, a contribuição do Facebook na sua aprendizagem.
Por outro lado, os resultados referem os desafios vivenciados pelos estudantes no
acesso ao Facebook com fins docentes a partir dos telefones celulares, que relatam a
qualidade de internet, carregamentos constantes de baterias, falta de energia, sobretudo no
interior da província de Benguela (já que muitos estudantes tiveram que regressar às suas
procedências para o confinamento junto das respectivas famílias), esforço ocular, falta de
acesso à internet por término de recargas de dados de internet, ou a dificuldade da
interpretação de mensagens de texto na ausência de imagens, de vídeo-aulas, e de outros
documentos, para a facilitação da interpretação das tarefas docentes, que validam os
referenciais teóricos assumidos neste estudo e a experiência contextual dos professores com o
uso desta ferramenta com a finalidade docente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os preceitos teóricos assumidos nesta investigação permitem considerar que, neste
período de extrema dificuldade que o mundo atravessa devido à pandemia COVID-19, as
ferramentas tecnológicas são um recurso indispensável para realizar adaptações necessárias ao
processo de formação de profissionais de nível superior, em instituições de ensino superior
angolanas.
Os relatos de experiência em outros contextos educativos, do uso das redes sociais,
mormente o Facebook, com resultados relevantes para o processo de formação, constituem
antecedentes essenciais para a sua contextualização na realidade educativa local.
O aproveitamento do Facebook como ferramenta de interacção académica pode-se
considerar viável entre os actores académicos, por ser uma das ferramentas mais utilizadas,
embora com outros fins, o que constitui um desafio ao pessoal docente das instituições de
ensino superior, com as necessárias adaptações em função do contexto educativo.
Os resultados da experiência vivencial dos professores e estudantes de Geografia do
Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela, Angola, no uso do Facebook na
actividade docente durante o Estado de Emergência pela COVID-19, permitem ratificar as
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vantagens do uso desta ferramenta no processo de ensino-aprendizagem como apoio às
actividades lectivas presenciais.
Os resultados vinculam as considerações teóricas assumidas no estudo, na sua relação
entre a dimensão tecnológica e educativa, que colocam o Facebook entre as ferramentas mais
utilizadas, o que facilita a sua adaptação para a finalidade docente em cenários
contextualizados, em função da acessibilidade à rede social, o que pressupõe a devida
flexibilidade docente na planificação, execução, avaliação e controlo das tarefas docentes e
fóruns de discussão com os estudantes.
O estudo confirma, também, os desafios do uso do Facebook durante o período da
pandemia COVID-19, associados aos tipos de telemóveis, na ausência de computadores ao
domicílio, da fraca qualidade de internet e falta constante de saldo de dados para o acesso à
internet, que impossibilitam a partilha de vídeo-aulas e outros documentos, que no modo
grátis de acesso ao Facebook não é possível, limitando-se à exploração das ferramentas de
mensagens de texto em fóruns de discussão escrita, o que, apesar de produzir resultados para
a aprendizagem, se consideram que limitam a formação e desenvolvimento de outros
domínios da aprendizagem, como as relativas ao desenvolvimento de habilidades práticas.
Os resultados deste estudo reflectem, também, os desafios para que se continue a
explorar a rede social Facebook com a finalidade educativa, e a ponderação da liberalização,
no modo grátis, do acesso a algumas ferramentas de visualização de conteúdos multimédia,
imagens e documentos com o registo prévio e reconhecimento dos grupos privados, para que
esta ferramenta constitua, em tempos de crise, uma alternativa fundamental de apoio ao
processo de ensino-aprendizagem presencial. De outro modo, o estudo reflecte, ainda, a
ponderação de que, em tempos de pandemia, se realize o cadastramento prévio do colectivo
estudantil a partir das instituições de ensino superior, para que a medida de liberalização de
pacotes mensais gratuitos, mormente de dados, seja alargada ou convertida a partir dos grupos
privados de apoio ao ensino presencial, para assegurar que se explorem todas as
potencialidades do Facebook para o processo de ensino-aprendizagem, que em situação de
estabilidade de conexão se comprovou que esta ferramenta cumpre esses propósitos de
adaptação docente, para o apoio ao ensino presencial.
Revista Angolana de Extensão Universitária, v. 2, n.3 (especial), Julho, p. 106-130, 2020
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License. Ao submeter o manuscrito o autor está ciente de que os direitos de autor passam para a Revista
angolana de extensão universitária.
Recebido em 29 de Abril de 2020
Aceite em 12 de Maio de 2020
Publicado em 25 de Julho de 2020