Primeiro dizer que o termo submisso ou submissão não se enquadra nesta
perspectiva. Esta articulação entre o ensino, investigação e extensão, ou formação como
prefere designar, dá-se de forma indissociável. Isto tem muito a ver com o conceito de
universidade em que cada um se guia. Esta é a primeira definição que tem de ficar clara,
porque mobiliza o projecto pedagógico, todo o projecto institucional, o tipo de professores,
o tipo de alunos, os objectivos institucionais instrutivos e educacionais, que vão estar a ele
vinculado e, de algum modo, condicionados, ao conceito de universidade que tivermos. E a
acção da própria universidade fica condicionada ao conceito que se assume como sendo
universidade. Nesta perspetiva, a trilogia ensino, investigação e extensão, isso para nós,
define bem o que vem a ser universidade. A universidade vai passar a ser um espaço de
formação de seres, de cidadão, de homens para enfrentarem a vida em sociedade. Para
enfrentarem o emprego com esta dimensão instrutiva e a dimensão educativa, têm de ter
valores, têm de ser seres afáveis, amáveis, que ame a vida e que tenha ética acima de tudo,
portanto, esta é a dimensão da formação, nesta perspectiva. Por outro lado, como referi, a
investigação científica não é uma actividade exclusiva de professores. Os professores no
subsistema do ensino superior têm a responsabilidade de orientar, de iniciar, de estruturar,
tutorar todo este processo, portanto, precisam de ser investigadores experimentados para
orientar da melhor forma os seus estudantes. Eles precisam, eles próprios, de ser agentes de
investigação. A extensão universitária não se resume simplesmente à prática, mas é um meio
de socialização da cultura do conhecimento que se desenvolve com a intencionalidade de
produzir outro conhecimento, de acrescentar valores ao sistema de conhecimentos existente.
Então, não é certo que a investigação científica seja reservada aos professores e que os
estudantes fiquem excluídos desta função. Os professores, enquanto orientadores/tutores,
devem integrar os seus estudantes e, com eles, produzir investigação científica que conduza
ao novo conhecimento. É esta a perspectivas a que me refiro, em relação à
indissociabilidade entre o ensino, investigação e extensão. Ora, se o estudante desenvolver
acções como aquelas a que me referi anteriormente, alinhadas ao seu perfil de saída,
obviamente que estará a aprofundar estes conhecimentos teóricos e terá oportunidade de
concretizá-los na prática, de estabelecer uma relação profícua entre a teoria e a prática.
As três dimensões concorrem para a formação integral dos estudantes e concorrem
para a realização da função do docente do ensino superior, ou universitário, ao mesmo
tempo concorrem para a concretização do objecto social da própria instituição de ensino
superior. É por essas três dimensões que a universidade, que a instituição de ensino superior,
se realiza na sociedade como uma mais-valia, portanto, não vejo aqui possibilidade, talvez o
modo de operacionalização muitas vezes pode diferir num lugar e noutro, priorizando mais
uma vertente do que a outra, mas a concepção que defendemos e que temos estado a
procurar materializar na ESPB é precisamente neste sentido de indissociabilidade entre
ensino, investigação e extensão Universitária, no quadro do projecto pedagógico da
instituição.
Nem todos os projectos podem ser classificados como extensão, quais são os
elementos imprescindíveis para a extensão universitária?
Como disse inicialmente a acção de extensão universitária, entendida como
projecto ou programa, tem como finalidade a resolução de um problema social de algum
tipo, a transformação da realidade social e, por esta via, guiar-nos para caracterizar as acções
de um projecto. Uma primeira acção tem a ver com o carácter didático-pedagógico da acção,
que dizer que a acção a ser desenvolvida no projecto tem de concorrer para o