Ainda em 2011, Cuambe fez um estudo de caso no âmbito do projecto edulink,
envolvendo professores da 7.ª Classe no uso de materiais manipuláveis no ensino de
geometria, concluindo que os materiais didáticos manipuláveis têm um efeito positivo na
aprendizagem da geometria no ensino básico em particular na 7ª Classe. Por sua vez em
1998, Carneiro investigou como se constrói a docência nas suas relações com o quotidiano
da escola pelo acompanhamento de professores em práticas inovadoras, assim como
contribuiu no aprimoramento e desenvolvimento profissional de professores das escolas na
medida da inserção dos professores de matemática dessas escolas em atividades
acompanhadas de reflexão.
Dos estudos referenciados em matemática, coincidem com a presente investigação
a necessidade de se avançar mais, tendo em conta os desafios actuais, particularmente em
Angola. Um destes desafios actuais em angola tem que ver com a avaliação das
aprendizagens em geral e em particular em matemática.
Avaliação das aprendizagens: na rota da formação contínua
É comum a todo ser racional ter sempre um momento da sua vida, para pensar ou
seja reflectir de forma exaustiva, isto é, os ganhos e retrocessos no trabalho, na família,
assim como em outros projectos quer pessoais ou de interesse colectivo. Esta reflexão
exaustiva, em alguns casos leva a pessoa tomar medidas tendentes a rectificar os processos
mal concebidos, mal executados ou potenciar e consolidar o que está ou vai bem.
O acto ou exercício acima referenciado pode ser chamado de avaliação. Por
definição, avaliação:
[...] é uma apreciação, o mais sistemático e imparcial possível, de uma
actividade, projecto, programa, estratégia, politica, tópico, tema, sector, área
operativa ou desempenho institucional. Analisa o grau de consecução dos
resultados esperados e imprevistos, examinando a sucessão de resultados, os
processos, os factores contextuais e a casualidade a partir de critérios adequados
como a pertinência, a eficácia, a eficiência, o impacto e a sustentabilidade
(United Nations Evaluation Group, 2016, p. 10).
Para o autor ora referenciado, a apreciação sistemática a ser feita, deve basear-se
naquilo que se produziu, para se compreender melhor o que falta por produzir, mas essa
produção deve ter um significado tendo em conta o que se projectou. Esta definição é
abarcadora tendo em conta o seu alcance em todas esferas da vida, pois apresenta as bases
que devem nortear um processo de avaliação, mostrando assim que a avaliação em
momento algum deve ser improvisada.
A definição anterior mostra claramente que avaliação sendo um processo, não deve
fixar-se somente no pontos negativos mas também nos resultados positivos, para manter
este nível positivo ou ampliá-lo cada vez mais. Interessante essa ideia, pois na prática do
dia-a-dia quando se trata da avaliação dificilmente se consegue explorar de forma
equilibrada os aspectos positivos e negativos, infelizmente dá-se maior relevância em um
ou noutro.